A cidade de São Paulo se tornou a principal base de ouvintes da banda The Velvet Sundown, um dos primeiros fenômenos musicais gerados com apoio de inteligência artificial. Com mais de 1,4 milhão de ouvintes mensais no Spotify, a capital paulista superou metrópoles como Londres, Sydney e Estocolmo.
Criada a partir de algoritmos de composição assistida por IA e curadoria humana, a banda já lançou os álbuns Dust and Silence e Floating on Echoes, que combinam camadas sonoras sintéticas e emocionais. A faixa “Dust on the Wind” é o destaque do grupo, com mais de 1,7 milhão de reproduções.
Para especialistas, o fenômeno trás uma nova fase para a produção musical. Segundo Edmar Bulla, da Croma Consultoria, a IA não substitui a sensibilidade do criador:
“A IA pode emular emoções, mas não vive dilemas humanos. O artista, agora mais do que nunca, precisa voltar ao centro da emoção. É um convite para criarmos com mais intenção e humanidade, mesmo em meio a ferramentas cada vez mais inteligentes.”
O sucesso da The Velvet Sundown também reacende discussões sobre autoria e direitos autorais. Rodrigo Calabria, da CCLA, defende mudanças na legislação brasileira. “Quem é o verdadeiro autor de uma música feita com IA? A legislação atual ainda não tem resposta. Mas se quisermos liderar essa nova fase da economia criativa, precisamos garantir segurança jurídica para quem cria — com ou sem algoritmos”