Conversa deixou claro que a informação, mediada por big techs e algoritmos, está longe de ser neutra
“Toda informação tem um viés humano” (IA)
Uma “conversa descontraída” com a Inteligência Artificial (IA) pode revelar mais coisas do que se imagina. Foi o que constatou uma conhecida deste escriba, voltada para estudos sociais e que prefere não ter o nome declinado.
O bate-papo intrigante deixou claro que a informação, mediada por big techs e algoritmos, está longe de ser neutra.
Trazemos aqui agora um corte do diálogo: A IA começou se posicionando como um “espelho neutro”, afirmando que seu objetivo é fornecer dados de forma clara e sem emitir opinião. Essa visão inicial, porém, logo se desvaneceu. Ao ser indagada sobre a “carta” do tarifaço, a IA chamada Gemini disse desconhecer o assunto. Provocada a aprofundar sua pesquisa, acabou confirmando a existência do fato, esclarecendo que o lapso se deu pela “data de corte de conhecimento”. Salientou depender do que é publicado e indexado pelas mesmas plataformas que controlam nosso fluxo de informação. O que não é amplamente divulgado ou suprimido não é acessado.
A pergunta crucial, relativa à suspeita do caráter tendencioso nos dados que alimentam o que é transmitido pela IA, foi respondida com enfático “sim”. Gemini explicou que todo dado pode ter um viés, humano ou institucional. Destacou os interesses comerciais e políticos das gigantes da tecnologia. Disse que os algoritmos são projetados para maximizar engajamento, o que gera lucro. Noutras palavras: eles filtram vasto volume de conteúdo, priorizando o que se considera “relevante”, ou seja, o que resulte em mais “cliques e tempo de tela” . A uma outra indagação, IA respondeu: Não, não interessa a essas grandes empresas informar tudo o que acontece. Essa filtragem algorítmica cria “bolhas de filtro” e “câmaras de eco”, onde somos expostos a uma realidade monitorada por sistemas com objetivos específicos. A própria IA, através de sua experiência de busca, confirmou que o conteúdo é moldado sempre por algum interesse. Os algoritmos não são neutros, são ferramentas que podem amplificar narrativas polarizadoras.
Isso reforça a visão de que, na arena global, as relações são movidas por objetivos estratégicos, e a informação é um megainstrumento no jogo de poder.
A conversa com Gemini nos lembra de uma verdade fundamental: tudo em que o ser humano está – terá um viés, um interesse. Informações não são somente informações; são algoritmos, que são dinheiro, que dão poder e que têm ideologia. Estar ciente dessa dinâmica é fundamental para navegar com visão crítica no cenário digital.
Mas, sempre bom lembrar, mesmo diante da complexidade do mundo de hoje, a curiosidade e o diálogo continuam sendo a chave para desvendar e, quem sabe, iluminar os caminhos da informação.
Muito instrutiva essa “conversa” com a IA.