Ninguém quer ficar de fora da onda da Inteligência Artificial (IA). O mais recente investidor do pedaço é Bernard Arnault, fundador e CEO da LVMH e a terceira pessoa mais rica do mundo, segundo a Forbes. O rei do luxo na Europa fez uma série de investimentos em IA neste ano por meio de sua empresa de capital de risco e family office focada em tecnologia, a Aglaé Ventures.
A Aglaé fez cinco investimentos relacionados à IA em 2024, de acordo com dados fornecidos à CNBC pela Fintrx, plataforma que monitora riqueza privada. Estima-se que as rodadas de financiamento para as empresas de IA totalizaram mais de US$ 300 milhões.
As 5 empresas escolhidas por Bernard Arnault
1 – H (Holistic AI)
A maior rodada de financiamento, de acordo com a Fintrx, foi em uma empresa chamada H. Anteriormente conhecida como Holistic AI, trata-se de uma startup francesa que está trabalhando em direção à inteligência geral artificial completa. Foi fundada por ex-membros da unidade DeepMind AI do Google. Além disso, inclui a empresa de capital de risco Accel Partners LP e Wendy e Eric Schmidt, ex-CEO do Google, como investidores. A rodada de US$ 220 milhões em maio, que também incluiu a Aglaé, avaliou a H em US$ 370 milhões, de acordo com a empresa.
2 – Lamini
A Aglaé também investiu em uma rodada inicial de US$ 25 milhões para a Lamini. A startup tem sede em Palo Alto, na Califórnia, e desenvolve aplicativos empresariais de IA. Em abril, a Aglaé fez parte de uma rodada série A de US$ 12 milhões para a Proxima. A empresa tem foco em marketing digital com tecnologia de IA sediada em Nova York.
3 – Borderless AI
A Aglaé se juntou à Susquehanna para investir na rodada inicial de US$ 27 milhões para a Borderless AI. Sediada em Toronto, trata-se de uma plataforma de gerenciamento de recursos humanos.
4 – Photoroom
Investiu também na Photoroom, uma editora de imagens de IA sediada na França, como parte de uma rodada de investimento de US$ 43 milhões em fevereiro.
5 – Meero
Embora muitos dos investimentos em IA da Aglaé sejam recentes, ela investiu em quatro rodadas de financiamento entre 2017 e 2019 na Meero, sediada em Paris. A Meero é uma empresa de criação de fotos com tecnologia de IA, de acordo com a Fintrx.
Outros investimentos
Outros investimentos do family office neste ano foram na Sonarverse, uma empresa de blockchain sediada em Irvine, Califórnia, e na Shimmer, uma provedora de coaching para TDAH sediada em São Francisco.
Desde 2017, a Aglaé fez um total de 153 investimentos, de acordo com dados da Fintrx. Desse total, 53 foram em tecnologia, 17 em bens de consumo, 13 em serviços empresariais e 12 em serviços financeiros.
Outros investimentos incluem a Noom, uma plataforma de saúde digital, e a World Music Media, um aplicativo de criação musical.
A Aglaé fez parte de várias rodadas de financiamento para a Back Market, um mercado francês para produtos eletrônicos recondicionados que em 2022 relatou uma avaliação de US$ 5,7 bilhões.
Investimento em arte
Como a fortuna da família Arnault está fortemente concentrada na LVMH, com a família possuindo cerca de 48% das ações e controlando 64% dos direitos de voto na emresa, a Aglaé tem poucos motivos para investir em luxo.
Arnault e sua família são, no entanto, grandes colecionadores de arte. A Aglaé foi um investidor em uma rodada de financiamento de US$ 9,5 milhões para a LaCollection, uma plataforma de arte digital.
A LVMH cresceu rapidamente no segmento de relógios de luxo e a Aglaé financiou US$ 108 milhões em 2021 para a plataforma de negociação de relógios Chrono24.
Tecnologia no histórico
Embora famoso por sua dedicação ao artesanato de luxo, marcas históricas e conexões emocionais com designs e artistas, Arnault também é um grande fã de tecnologia com um histórico de apoio a startups de tecnologia de sucesso. Seu family office foi um dos primeiros investidores na Netflix em 1999, Spotify em 2014 e Airbnb em 2015.
Em um discurso em maio no LVMH Innovation Awards, Arnault disse que investiu em 75 startups na década de 1990, e “algumas delas deram certo, mas muitas não”.
“A mentalidade de startup é muito próxima dos nossos valores: criatividade, qualidade — tem que funcionar —, um espírito empreendedor e significado”, disse ele.
Herdeiro de Bernard Arnault fecha primeira aquisição
Apesar do namoro recente com a Inteligência Artificial, a LVMH segue firme na manutenção de seu império de luxo. A aquisição mais recente teve Frédéric Arnault como protagonista.
Quarto dos cinco filhos de Bernard Arnault, o francês de 28 anos fechou em junho o seu primeiro grande negócio como CEO da LVMH Watches. O grupo comprou a Swiza, dona da sofisticada L’Epée 1839, a fabricante suíça famosa por suas peças extravagantes.
O valor da aquisição não foi revelado. É o lance mais recente da LVHM para se consolidar no mercado de relógios de alto padrão. Do portfólio da companhia já fazem parte TAG Heuer, Hublot e Zenith.
“A L’Epée iniciou uma série de parcerias que manteremos e desenvolveremos com Arnaud Nicolas (diretor criativo da marca). Estou animado com o potencial criativo inexplorado das várias marcas do Grupo LVMH associadas a essa expertise excepcional”, disse Frédéric, em comunicado após fechar o negócio.
A L’Epée
Fundada há 185 anos, em Delémont, no cantão de Jura, por Auguste L’Epée (1798-1875), a empresa nasceu como uma fábrica de caixinhas de música. Em 1857, a L’Epée lançou moda ao colocar esses mecanismos dentro de objetos, como bonecas, porta-joias e carrinhos. O domínio sobre peças mecânicas de precisão levou à produção de relógios de mesa.
Desde então, a L’Epée se consagrou não só pela qualidade, mas pelo design arrojado de seus modelos. Entre os mais célebres está o Grenade, inspirado no desenho de uma granada, com 12 centímetros de altura.