Pular para o conteúdo

Bolsonaro revela filhotismo explícito em carta.

Banner Aleatório

O ex-presidente Jair Bolsonaro (foto) divulgou uma mensagem para a população brasileira nesta quinta, 25.

Banner Aleatório

Bolsonaro não contou com apoio de marqueteiros para escrever o texto.

Nem usou inteligência artificial.

Seus garranchos na folha de papael são, portanto, uma expressão fiel da sua mente.

E o que a carta revela é o filhotismo mais explícito e desavergonhado.

Diante desse cenário de injustiça e com o compromisso de não permitir que a vontade popular seja silenciada tomo a decisão de indicar o Flávio Bolsonaro como candidato à Presidência da República em 2026“, escreveu o pai.

Como um deus misericordioso, ele envia o seu filho para se sacrificar pela humanidade.

Entrego o que há de mais importante na vida de um pai: o próprio filho para a missão de resgatar o nosso Brasil. Trata-se de uma decisão consciente, legítima e amparada no desejo de preservar a representação daqueles que confiaram em mim.”

Para Bolsonaro (e a regra também vale para Lula) as relações familiares, especialmente a de pai para filho, são mais importantes que todo o resto: as instituções, as leis, a democracia, a pacificação.

Está escrito: o mais importante na vida de um pai é o filho.

Não é o partido, o PL, que em tese deveria canalizar as ideias e interesses de parte da sociedade, sugerindo um possível candidato para as eleições do ano que vem.

O partido, para Bolsonaro, não vale nada. O que vale é o sangue, a hereditariedade, a dinastia, a família.

Nenhum outro político, fora da família, poderia representar o pai preso.

O governador de São Paulo Tarcísio de Freitas é muito mais um sonho do Centrão e da direita não bolsonarista do que uma aposta real de Jair Bolsonaro.

Na edição 213 de Crusoé, o antropólogo Roberto DaMatta fez uma excelente análise sobre o fenômeno do filhotismo no Brasil.

A aristocracia é fundada justamente nesse ‘direito’ de herdar dos pais. Um bom brasileiro não pode negar o que tem — seja um objeto ou uma capacidade, como um nome honrado — para um filho. Seria algo condenável“, escreve DaMatta, autor do livro Você sabe com quem está falando?.

E conclui, mais adiante:

Seria então o filhotismo o nosso enorme e invisível entulho que nos impede de ter um estilo de vida mais igualitário e mais democrático? Se continuarmos sem criticar honesta e profundamente os nossos costumes mais ‘inocentes’, esse jogo decepcionante jamais acabará.”

Source link

Join the conversation

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *