A maioria dos brasileiros afirma não ter visto vídeos produzidos com inteligência artificial pelo Partido dos Trabalhadores (PT), segundo pesquisa Genial/Quest, divulgada nesta quarta-feira (16). Dos entrevistados, 83% disseram não ter tido contato com esse tipo de conteúdo, enquanto apenas 17% afirmaram ter conhecimento das peças postadas por aliados do governo.
O levantamento mostra que o uso de IA pelo PT não teve ampla repercussão entre o público, apesar das campanhas voltadas a enfraquecer a oposição. As peças começaram com mensagens que destacavam a divisão entre ricos e pobres, e pediam a taxação dos super-ricos. Em seguida, passaram a atribuir a aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro a responsabilidade pela sobretaxa de 50% aplicada pelo governo dos Estados Unidos a produtos brasileiros.
Baixo alcance entre petistas e bolsonaristas
Mesmo entre eleitores identificados com o PT, o impacto foi limitado. Segundo o estudo, 85% dos petistas afirmaram não ter visto nenhum conteúdo com inteligência artificial. Apenas 14% relataram ter tido contato com as postagens, enquanto 1% preferiu não responder.
Entre os bolsonaristas, os números são semelhantes: 78% disseram não ter visto os vídeos, contra 22% que afirmaram conhecê-los. Apesar da baixa visibilidade, o Partido Liberal (PL), legenda de Jair Bolsonaro, tem adotado estratégias de resposta às campanhas, utilizando mensagens e imagens semelhantes às veiculadas pelo governo.
Outra frente de comunicação do governo Lula tem sido a promoção de uma campanha sobre justiça tributária, com foco na taxação de bilionários, bancos e apostas esportivas (“BBB”). Ainda assim, a maior parte dos entrevistados (56%) afirmou desconhecer a iniciativa. Outros 43% disseram ter tido contato com as peças e 1% não respondeu.
Entre os eleitores do presidente, 62% afirmaram não ter visto a campanha sobre os “super-ricos”, enquanto 38% disseram conhecer os conteúdos. Entre os bolsonaristas, 63% desconheciam a campanha, 36% tinham conhecimento, e 1% não respondeu.
As peças que buscavam mobilizar a população em torno da justiça tributária apresentavam a ideia de que “99% da população” deveria se posicionar contra o “1%” mais rico, que não contribui proporcionalmente com o sistema tributário nacional.
Críticas ao Congresso também passaram despercebidas
O governo também lançou conteúdos com críticas ao Congresso Nacional, após ser derrotado na tentativa de aumentar o IOF. As mensagens responsabilizavam o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), presidente da Comissão Mista de Orçamento, pela obstrução de medidas fiscais.
A campanha, no entanto, teve baixo alcance. Segundo a pesquisa, 72% dos entrevistados não viram os conteúdos, 25% disseram conhecê-los e 3% não opinaram.
Entre os petistas, 76% não tiveram contato com as críticas a Hugo Motta. Apenas 21% afirmaram ter visto as postagens e 3% não responderam. Entre os bolsonaristas, 70% disseram desconhecer os conteúdos, enquanto 26% afirmaram ter conhecimento e 4% não opinaram.
PT lança campanha para taxar super-ricos
No fim de junho, o Partido dos Trabalhadores (PT) iniciou, nas redes sociais, uma campanha em defesa do projeto que isenta do Imposto de Renda quem ganha até R$ 5 mil. A proposta, apresentada pelo governo, também reduz a alíquota para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil, e prevê cobrança sobre dividendos e contribuintes de alta renda. Os vídeos publicados pela legenda destacam a “taxação BBB: bilionários, bancos e bets” como forma de compensação.
“Quem ganha até R$ 5 mil não vai pagar nada de imposto de renda. Além disso, quem ganha entre R$ 5 mil e R$ 7 mil terá redução no desconto tributário. E para manter as contas equilibradas, o governo vai passar a taxar quem sempre pagou pouco ou quase nada: os super ricos“, diz o narrador em vídeo publicado nas redes sociais do partido.
“Bilionários, bancos e plataformas de apostas pagam nada ou quase nada de imposto de renda, vão passar a pagar mais. Porque imposto é necessário, mas justiça também é. Taxação BBB: Bilionários, Bancos e Bets. Novo IR é justiça histórica”, complementou.