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CBPF apresenta avanços em Inteligência Artificial e Infraestrutura Científica em Seminário Estratégico promovido pela Finep — Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas

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O Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF) participou, nos dias 16 e 17 de outubro, do seminário estratégico “Rio como Polo de IA Aberta e Soberana”, promovido pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), em parceria com o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) e a Prefeitura do Rio de Janeiro.

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O encontro reuniu representantes das principais instituições de ciência, tecnologia e inovação do país para mapear as capacidades existentes e orientar a construção de uma política pública de Inteligência Artificial (IA) no estado do Rio de Janeiro.

 

Infraestrutura de IA

Marcelo Portes de Albuquerque representou o CBPF na Mesa 4 – Infraestrutura de IA (dados e redes), mediada por Natasha Galotta (BNDES), ao lado de Leandro Ciuffo (Rede Nacional de Pesquisa – RNP) e Weslinner Brito (Serviço Federal de Processamento de Dados – Serpro).

Em sua fala, Marcelo destacou o papel do Laboratório de Inteligência Artificial do CBPF (Lab-IA), que abriga uma das principais infraestruturas públicas de computação de alto desempenho (HPC) dedicadas à ciência e à IA no Brasil, e os avanços alcançados pela instituição na construção de uma base científica e tecnológica:

Parte da infraestrutura apresentada, os sistemas Sci.Mind, desenvolvidos no CBPF, reúnem tecnologia multiGPU, de alta densidade e eficiência energética, e soluções de refrigeração líquida próprias, além de redes de 100 a 400 gigabits por segundo (Gbps)”.

O tecnologista também ressaltou a atuação do CBPF em projetos estratégicos, apoiados pela Finep, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) e Petrobras, e colaborações internacionais do Lab-IA em áreas como astronomia, saúde, energia, geociências e instrumentação científica.

Nesse contexto, o objetivo do CBPF é colaborar na consolidação do Rio de Janeiro como polo estratégico de IA soberana, com tecnologia desenvolvida no estado e voltada para o ecossistema local.

Marcelo de Albuquerque durante o “Rio como Polo de IA Aberta e Soberana” - Crédito: Finep
Marcelo de Albuquerque durante o “Rio como Polo de IA Aberta e Soberana” – Crédito: Finep

Ele também destacou o papel do instituto na Rede Rio, importante infraestruturas de conectividade científica, que integra cerca de 190 instituições e conecta universidades, institutos e órgãos públicos em alta velocidade: “O CBPF atua como um dos corações tecnológicos dessa rede, garantindo o fluxo de dados que sustenta a ciência do futuro no estado”.

Por fim, apresentou a proposta do Centro Interinstitucional de Inteligência Artificial do Rio de Janeiro (CI-IA.Rio), uma cooperativa que reúne CBPF, Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), Finep, Faperj, Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), Universidade Federal Fluminense (UFF), Prefeitura do Rio de Janeiro e BNDES.

IA em Saúde e Ética

Na Mesa 5 – IA em Saúde e Ética, o CBPF foi representado por Clécio De Bom. Mediada por Marco Vargas (UFF), a mesa contou também com a participação de Luiza Silva (Fiocruz), Felipe Regis (Instituto D’Or de pesquisa e Ensino – Idor) e Raphael Haddad (Diagnósticos da América S.A. – Dasa).

Clécio apresentou uma visão transdisciplinar e abrangente sobre o uso da Inteligência Artificial (IA) em diferentes áreas da ciência e da saúde, destacando o caráter multipropósito das tecnologias desenvolvidas no CBPF, projetadas para resolver problemas de naturezas diversas, da astrofísica à medicina:

A mesma tecnologia que uso para medir a taxa de expansão do universo, posso usar para fazer a inversão sísmica e apoiar empresas de óleo e gás. Um código que identifica eventos explosivos no céu pode ser usado para diagnóstico de câncer. A força da inteligência artificial está exatamente na capacidade de transgredir as áreas de pesquisa”.

Ele destacou que o CBPF integra o Centro Temático de Transformação Digital, no qual a IA é aplicada ao design de sensores e novos materiais, com foco em biotecnologia e instrumentação científica. Citou, por exemplo, a parceria que o CBPF tem com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e o Sistema Único de Saúde (SUS) para modelagem de próteses a partir de imagens médicas, reforçando o papel do instituto na transformação do conhecimento científico em soluções tecnológicas, gerando impacto social e econômico.

Clécio De Bom durante o “Rio como Polo de IA Aberta e Soberana” - Crédito: Arquivo Pessoal
Clécio De Bom durante o “Rio como Polo de IA Aberta e Soberana” – Crédito: Arquivo Pessoal

Clécio também alertou sobre os riscos éticos e sociais associados ao uso indevido de dados biomédicos por empresas, os desafios de privacidade e segurança envolvidos, e ressaltou a necessidade de observar o viés algorítmico em sistemas de saúde internacionais, que podem gerar discriminação se não forem corretamente calibrados:

Pacientes negros já foram classificados com menor risco de doenças crônicas devido a dificuldades de acesso histórico à saúde, o que evidencia o perigo de reproduzir desigualdades sociais em sistemas automatizados. Assim, é essencial que o Brasil tenha capacidade de desenvolver, auditar e compreender seus próprios modelos de IA, afirmou.

Por fim, lembrou que o CBPF desenvolve tecnologia, promovendo autonomia no uso de hardware e software científico, e reafirmou as condições do Rio de Janeiro para liderar a IA aberta e soberana no país, com governança colaborativa e horizontal.

A participação do CBPF no evento destaca a oportunidade concreta de transformar o estado do Rio de Janeiro em um verdadeiro polo internacional de IA. Além de promover uma integração entre institutos científicos e empresas para desenvolver a inovação.



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