postado em 01/09/2024 06:00 / atualizado em 01/09/2024 06:00
Styves Miranda, 20 anos, fez o TOEFL e vai estudar ciência da computação em Harvard, nos Estados Unidos – (crédito: Arquivo pessoal)
As certificações internacionais de proficiência em idiomas são portas de entrada tanto para a vida acadêmica quanto para a profissional. Com os certificados, é possível ingressar em faculdades fora do país e no mercado de trabalho, que exige cada vez mais qualificação. No cenário de concorrência em cursos e para vagas de emprego, muitas vezes, não é suficiente ter domínio de outro idioma, por isso, as pessoas têm buscado certificações específicas.
Algumas delas são: Teste de Inglês como Língua Estrangeira (TOEFL), Sistema de Avaliação na Língua Inglesa Internacional (IELTS), Serviço Internacional de Avaliação de Língua Espanhola (SIELE) e Linguaskill, exclusiva para a Universidade de Cambridge, na Inglaterra. Os níveis de domínio do idioma variam do básico à fluência, e a validade dos certificados depende de cada exame. No teste da Cambridge, por exemplo, a certificação é vitalícia, já o TOEFL vale por dois anos
No Distrito Federal, mais de cinco instituições oferecem tanto o curso preparatório para a prova quanto as avaliações internacionais (veja a lista ao final da matéria).
Diferencial
Marcelo Barros, diretor de conhecimento (CKO) do CNA Idiomas, que oferece cursos de inglês e espanhol, acredita que os benefícios de uma certificação internacional de proficiência podem ser vistos sob três pilares: capacitação acadêmica e profissional, diferencial para empregabilidade e progresso na carreira.
“Além de ter alguém especializado nas instituições, existe um diferencial competitivo em termos de empregabilidade. Se você tem um certificado que atesta que você sabe falar inglês bem para o cargo, você está na frente dos demais concorrentes. Uma terceira questão é poder colocar marcas de progresso na sua carreira como aprendiz de idiomas”, expõe.
Simone Corrêa, especialista acadêmica e gerente dos exames Cambridge da escola de inglês Casa Thomas Jefferson, defende ainda a ampliação das possibilidades de formação e atuação não só fora do país, mas em empresas brasileiras. “As possibilidades são muitas, porque você consegue tanto estudar quanto trabalhar fora do país, mas você também fica bem amparado dentro do nosso país, porque muitas empresas já requisitam o certificado. Isso pode levar à melhoria salarial, por exemplo”, defende.
Preparação
Apesar de cursos preparatórios específicos não serem requisitos para obter uma certificação de proficiência em idiomas, é importante se preparar para fazer as provas, que exigem uma série de competências. Tanto o CNA quanto a Thomas Jefferson oferecem cursos específicos para os testes, que têm altos índices de aprovação e costumam durar de um a dois semestres, a depender da certificação buscada e do ritmo de aprendizado. Para Simone Corrêa, os cursos são importantes porque criam um “direcionamento” para os exames, para que “os alunos possam resolver as questões e ter um bom desempenho nas provas”.
Por meio de simulados, principalmente, os alunos têm contato com as habilidades que devem ser desenvolvidas para os testes, aprimorando competências, como diz Simone. “Com os simulados, os alunos vivem como se fosse o dia do teste real, antecipando-se com relação ao tempo de prova e o que é exigido em cada questão. O professor dá esse espaço aos estudantes de crescimento e de melhoria na performance”, conta.
Marcelo Barros explica que as abordagens em sala preparam os estudantes por meio de quatro habilidades: fala, escuta, leitura e escrita, exigidas nas provas de certificação de idiomas. “Uma coisa é você saber falar um idioma estrangeiro, outra coisa é saber fazer prova sobre ele, porque há um conjunto de habilidades necessárias. Então, trabalhamos com as sessões das provas”, afirma. Para ele, os exames são um “teste de resistência física”, porque são divididos em vários módulos. Assim, é importante se adaptar ao modelo das provas, para que “o aluno não tenha surpresas”.
Patricia Villa é psicóloga escolar e professora do C1 na Thomas, curso preparatório para a certificação da Cambridge. Além de simulados, a professora revisa o conteúdo gramatical e faz atividades que envolvem conversação e escrita de redações em diferentes gêneros textuais, como carta pessoal, resenha crítica e texto argumentativo. No entanto, Patricia reconhece que o domínio do vocabulário é o aspecto mais importante, pelos conhecimentos específicos que a prova da Cambridge exige.
“A gente treina cada uma das habilidades focando em questões de prova. Revisamos pontos gramaticais estratégicos da língua inglesa que são exigidos na prova, que tem um vocabulário sofisticado e acadêmico, usado em literaturas. Muitas vezes, os alunos precisam recorrer ao dicionário, mas é muito interessante para eles aprenderem e expandirem o vocabulário deles”, relata.
Ela reforça que o tempo de cada aluno é individual e deve ser respeitado. “Alguns têm facilidade e obtêm a certificação seis meses depois. Outros, após um ano ou mais. Mas se você se prepara, consegue passar”. A professora também conta que costuma ouvir feedbacks muito positivos dos alunos que conseguiram a certificação: “A gente vê o resultado de tudo o que construímos com eles, me deixa de coração aquecido”.
Aprovação
Styves Miranda, 20 anos, estudou inglês na Casa Thomas Jefferson e conta que o desejo de estudar fora, desde pequeno, o motivou a buscar uma certificação internacional de proficiência. “Eu me preparei desde o ensino médio, porque sabia que, em algum momento, iria precisar obter a certificação”, diz. Neste ano, ele fez o TOEFL e conseguiu bolsa de 100% para estudar em Harvard, nos Estados Unidos. Seu desejo é cursar ciência da computação, seguindo com o interesse que sempre teve pela tecnologia e pela pesquisa.
Styves não chegou a fazer curso preparatório específico para o teste, mas relata que comprou o material oficial de preparação para a prova e treinou vocabulário e compreensão da língua por conta própria. “Eu sabia falar inglês, mas não entendia as questões direito, então fiz muitas provas antigas, assisti a séries, ouvi músicas e li notícias em inglês, o que me ajudou bastante”, compartilha.
Graziele da Silva, 23 anos, fez curso preparatório para a certificação de idiomas no CNA e, hoje, tem duas em inglês: YLE, teste voltado para crianças entre sete e 12 anos, e FCE, da Cambridge, e está buscando a terceira. No futuro, ela espera conseguir o IELTS. “Espero que os exames de certificações sejam cada vez mais acessíveis às pessoas que realizam o curso, uma vez que contribui ainda mais com o seu histórico no idioma”.
Graziele escolheu fazer os testes de proficiência por perceber o impacto das certificações na conquista de bolsas de estudo e oportunidades de emprego. “A certificação chama atenção de recrutadores no ambiente corporativo, onde você sempre precisa estar fazendo testes de inglês, então o certificado garante uma vantagem para vagas que exigem o uso do inglês. Inclusive, foi um diferencial para conseguir a minha vaga atual como estagiária na Samsung”, expõe.
Planos
Vindo do interior da Bahia e filho de pais que não cursaram faculdade, Styves Miranda conta que, para a família, já é uma realização seu ingresso na universidade. Para ele, a sensação é de felicidade e realização por conquistar, também, o sonho de estudar fora. Suas expectativas são muito positivas em relação aos EUA e à faculdade, que recebe alunos de vários países. “Eu gosto muito de conhecer pessoas e outras culturas, então eu espero fazer muitas amizades e, depois, até fazer um doutorado. Porém, quero voltar para o Brasil, quero estudar novas tecnologias para ajudar a minha comunidade aqui”, compartilha.
Prestes a se formar em direito, Graziele da Silva espera fazer pós graduações fora do Brasil e conquistar vagas de trabalho por meio das certificações: “Os certificados são aceitos e obrigatórios em todas as universidades que busco, além de saber que, no futuro, eles também serão exigidos ao buscar vagas em organizações internacionais”
Principais instituições que aplicam exames internacionais e oferecem cursos preparatórios
Casa Thomas Jefferson
- Custo médio dos cursos (Cambridge e TOEFL): R$ 3.274 a R$ 5.379
- Custo médio das provas (Cambridge, TOEIC, ECPE, ECCE): não informado.
- Sede: Quadra Seps 706/906 (Asa Sul)
- Telefone: (61) 3442-5500
CCAA
- Custo médio do curso (TOEFL): R$ 3.900
- Custo da prova (TOEFL): R$ 690
- Sede: Comércio Local Norte 303 Loja 36 (Asa Norte)
- Telefones: (61) 98419-9354 | (61) 3326-0123
CNA Idiomas
- Custo médio do curso (Cambridge, Linguaskill, IELTS e Siele): não informado.
- Custo da prova (Cambridge, Linguaskill, IELTS e Siele): não informado.
- Sede: SCRN, 708 e 709 S/N (Asa Norte)
- Telefone: (61) 3877-5237
Open English
- Custo médio dos cursos (Cambridge, TOEFL, TOEIC, IELTS): R$ 2.952
- Não oferece aplicação da prova.
- Aulas somente on-line.
- Telefone: 4003-1474
Cultura Inglesa
- Custo médio do curso (Cambridge, IELTS, TOELF e PROFIC): não informado.
- Custo da prova (Cambridge, IELTS, PROFIC e LinguaSkil): não informado.
- Sede: SEPS 709/909 Conjunto B (Asa Sul)
- Telefone: (61) 3244-5650
Wizzard
- Custo médio do curso (Benchmark, Versant e PEIC): não inform
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