A Controladoria-Geral da União (CGU) pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) acesso a dados bancários, mensagens e depoimentos colhidos durante as investigações relacionadas ao caso das joias sauditas. O objetivo da CGU é utilizar essas provas para tomar medidas contra servidores públicos supostamente envolvidos no desvio dos itens.
O pedido foi enviado ao ministro do STF Alexandre de Moraes na última sexta-feira (30) e foi assinado pelo chefe da CGU, Vinícius Marques de Carvalho. A Controladoria solicita que o STF compartilhe relatórios e laudos da Polícia Federal, incluindo áudios, conversas de mensagens instantâneas, e-mails, registros fotográficos, filmagens, planilhas, e dados obtidos por quebras de sigilo telemático e telefônico.
No documento, a CGU afirma que já recebeu parte das apurações em janeiro deste ano, após autorização de Moraes, mas destaca a necessidade de acesso à totalidade das provas para responsabilizar administrativamente os servidores públicos envolvidos.
“Esses elementos de prova são essenciais para a análise do caso, permitindo que a CGU, por meio da Corregedoria-Geral da União, adote as medidas cabíveis para promover a responsabilização administrativa dos agentes públicos federais envolvidos”, afirma o ofício.
Em julho, a Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro, seu ex-ajudante de ordens Mauro Cid e mais dez pessoas no inquérito que investiga o desvio de joias do acervo presidencial. Os crimes atribuídos a Bolsonaro e Cid incluem peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro. A investigação revelou a existência de uma organização criminosa no entorno de Bolsonaro que desviou joias, relógios, esculturas e outros itens de luxo recebidos pelo ex-presidente. A CGU, por sua vez, conduz apurações internas sobre o caso.
