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ChatGPT agora revela localização e horário de fotos, e… ABC do ABC

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A mais recente atualização do ChatGPT trouxe uma função que chama atenção pela inovação — e pela polêmica. A ferramenta agora é capaz de analisar imagens e identificar, com base em elementos visuais como placas, sombras e edificações, o local e o provável horário em que uma foto foi tirada.

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Embora essa capacidade possa ser útil em situações como a recuperação de memórias, especialistas em privacidade já demonstram preocupação com os riscos envolvidos.

A tecnologia, que faz parte do modelo OpenAI o3, pode reconhecer pistas visuais, utilizar técnicas de OCR (reconhecimento óptico de caracteres) e até mesmo analisar a posição do sol para estimar o momento do clique.

Em testes, o sistema foi capaz de identificar uma praça em Guararema, na Grande São Paulo, e estimar a hora com base nas sombras projetadas — um exemplo que ilustra o poder da ferramenta.

Potencial útil, mas também perigoso

Para muitos usuários, essa nova capacidade pode ser fascinante. Imagine poder descobrir onde exatamente você estava em uma foto antiga da qual quase não se lembra. Por outro lado, essa tecnologia levanta uma questão urgente: até que ponto é seguro compartilhar imagens online?

Com tantos dados visuais circulando em redes como Instagram, Facebook e X (ex-Twitter), a capacidade de localização automatizada pode se tornar uma porta de entrada para ações maliciosas. Perfis dedicados à educação digital já fazem alertas sobre os riscos de expor a própria rotina na internet. Em uma publicação bem-humorada, um desses perfis sugeriu mudar o nome da rede social para “publique-depois-de-sair-gram”.

Apesar disso, a OpenAI afirma que o uso da ferramenta para extração automatizada de dados contraria seus termos de uso. A empresa orienta que o recurso seja utilizado de forma ética e consciente, sem invadir a privacidade de terceiros.

Limites, testes e implicações legais

Os recursos avançados de imagem estão disponíveis apenas para usuários dos planos pagos do ChatGPT: o Plus (US$ 20 por mês) e o Pro (US$ 200). Mesmo assim, há limites semanais de uso, devido à alta demanda computacional exigida. A capacidade de processamento das versões o4-mini e o4-mini (high) também varia, entregando diferentes níveis de performance.

Na prática, a inteligência artificial ainda apresenta limitações. Ela não acessa bancos de dados como o Google Maps e depende do que está visível na imagem. Porém, é capaz de reconhecer elementos menos óbvios, como logos, trajes típicos e até patrocinadores de eventos, como demonstrado em testes que diferenciaram festas de Carnaval em Recife e Salvador.

A legislação brasileira, por enquanto, não considera a geolocalização como dado sensível — diferente de informações como orientação sexual, política ou religiosa. No entanto, a coleta e uso dessas informações já demonstram potencial para riscos de segurança. Um exemplo foi o caso envolvendo Elon Musk, que recorreu à justiça da Califórnia para remover do ar uma página que rastreava seus jatos, alegando ameaça à sua segurança pessoal.

  • Data: 18/04/2025 07:04
  • Alterado:18/04/2025 19:04
  • Autor: Suzana Rezende
  • Fonte: FolhaPress

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