Depois do acordo com a “Time”, a dona do ChatGPT firmou agora um acordo com a Condé Nast, responsável por publicações como Vogue e GQ. Objetivo passa por treinar IA com os seus conteúdos e pesquisas.
Já era público que o ChatGPT ia passar a ter acesso a todo o arquivo centenário da Revista “Time”, como forma de melhorar as respostas que dá aos seus utilizadores. Agora, a gigante Condé Nast, responsável por publicações como Vogue, The New Yorker e GQ, também teceu um acordo com a OpenAI para incluir os seus conteúdos como fonte fidedigna de informação.
O acordo agora noticiado também é plurianual e é o último negócio feito pela OpenAI com empresas que operam nos media. As empresas tecnológicas, entre as quais a do chatbot mais famoso do mundo, têm procurado conteúdo produzido por revistas e jornais, de forma a treinar os seus modelos de Inteligência Artificial (IA).
Apesar da Condé Nast e da “Time” terem apertado as mãos com Sam Altman, há publicações que rejeitam o avanço tecnológico. O “New York Times” e “Chicago Tribune” são duas publicações norte-americanas que estão a resistir ao uso dos seus conteúdos para treinar a IA, tendo mesmo tomado medidas legais para proteger os seus conteúdos.
Segundo a “BBC”, os termos financeiros do acordo entre a dona do ChatGPT e a Condé Nast não foram divulgados.
“Como todos sabemos, a IA generativa está a mudar rapidamente a forma como o público está a descobrir informação. É crucial que encontremos o público onde ele está e adotemos novas tecnologias, ao mesmo tempo que garantimos a atribuição e compensação adequadas pelo uso da nossa propriedade intelectual. Foi exatamente isso que descobrimos com a OpenAI”, apontou Roger Lynch, CEO da Condé Nast, em comunicado.
Já Brad Lightcap, diretor de operações da OpenAI, indica que a empresa está comprometida em trabalhar com a Condé Nast e outros editores noticiosos “para garantir que, à medida que a IA desempenha um papel maior na descoberta e entrega de notícias, ela mantenha a precisão, a integridade e o respeito pela reportagem de qualidade”.
“Na última década, as notícias e a media digital enfrentaram grandes desafios, pois muitas empresas de tecnologia corroeram a capacidade dos editores em monetizar conteúdo, mais recentemente com a pesquisa tradicional. A nossa parceria com a OpenAI começa a compensar parte dessa receita, permitindo-nos continuar a proteger e investir no nosso jornalismo e empreendimentos criativos”, sustentou Roger Lynch.
No mês passado, a OpenAI lançou um protótipo de motor de pesquisa com Inteligência Artificial, ao qual chamou de SearchGPT. Ou seja, o irmão do ChatGPT. Aquando do seu lançamento, e mesmo previamente, a empresa já tinha revelado estar à procura de feedback e insights do sector de notícias para desenvolver esta plataforma.
Notícias do “Financial Times” e “Associated Press” também farão parte do conteúdo citado pelo SearchGPT.