Já pensou em ter um assistente pessoal 24 horas por dia, pronto para sugerir o look ideal para uma reunião de trabalho, treinar a fluência em outras línguas ou sugerir receitas deliciosas com os poucos ítens que você tem na geladeira? Pois é, com a popularização do ChatGPT, assistências como estas estão cada vez mais incorporadas no dia-a-dia dos brasileiros.
Há pelo menos um ano o universitário Gustavo Britto usa a inteligência artificial na hora de cozinhar com o intuito de aprender novos pratos e criar receitas com o que tem em casa.
“Eu queria fazer um macarrão à parmegiana e disse para ele o que tinha na minha casa e ele montou uma receita e deu certo. Eu falo também ‘estou fazendo determinada receita, você acha que eu coloco ou não esse ingrediente? Você acha que fica bom?’. Então, eu passo os meus gostos para ele e ele me retorna com o que provavelmente vou gostar, e ainda mais agora com as imagens é possível criar coisas relacionadas à comida, ele cria uma imagem do prato, fica bonito, mas ainda dá para ver que é algo robotizado”
Receita criada pelo ChatGPT — Foto: Arquivo Pessoal
Já o arquiteto João Victor Moreira pede dicas de vestuário ao assistente virtual há pelo menos dois meses. Antes de sair de casa, ele manda fotos do que tem no guarda-roupa e espera que o ChatGpt aponte possíveis combinações a depender da ocasião. A ferramenta tem funcionado tanto que agora ele consulta a IA na hora de comprar novas peças.
“Envio fotos do meu corpo e rosto e ele consegue fazer uma leitura e identificar o que mais faz sentido para o meu padrão de corte de cabelo, tom de pele e quais as cores que vão se destacar melhor em mim. Antes de ir em uma loja, eu solicito ao GPT com base no meu estilo, o que pode focar bom em mim e ele me dá alternativa com algumas imagens de peças de roupa”
Sugestão de look do ChatGPT — Foto: Arquivo Pessoal
Sophia Loren é cabeleireira em Brasília e conta que, nas horas vagas do trabalho, costuma praticar o inglês com o chat.
“Eu falo se eu quero aprender gramática ou pronúncia e a gente pode fazer até o comando por voz pelo chatgpt e já praticar a pronúncia. Eu falo sobre coisas do dia a dia, sobre rotina, restaurante, filmes e músicas e ele já detecta o meu nível no idioma e compreende a real necessidade do meu aprendizado”
As utilidades da Inteligência Artificial são inúmeras, assim como os perigos que ela pode representar. Por isso, o advogado especialista em direito do consumidor Leonardo Werlang, alerta sobre a necessidade de não compartilhar informações pessoais sensíveis que podem ser usadas em golpes ou exposição indevida:
“Evitar passar dados pessoais como nome, RG, CPF, passaporte, título de eleitor, dados bancários, sexo, dados de saúde, posição política… porque como essa conversa também é usada para o treinamento da IA essas informações vão para a base de dados e outra pessoa pode acabar tendo acesso”
Questionada pela CBN sobre o que não perguntar ao ChatGPT, a própria plataforma alerta para que o usuário não informe senhas e localização em tempo real. Recomenda que o internauta não confie na IA para diagnóstico clínico. E diz que a plataforma não pode tomar decisões por um humano.