Pular para o conteúdo

China aposta na inteligência artificial para revolucionar a agricultura

Banner Aleatório

Pequim, 23 de março (Xinhua) – A revolução tecnológica no campo chinês está em plena marcha. Em uma reportagem publicada pela agência Xinhua, foi revelado como a inteligência artificial (IA) está transformando a agricultura no país, trazendo ganhos de produtividade, precisão e sustentabilidade para um setor que impacta diretamente a vida de mais de 460 milhões de pessoas nas áreas rurais.

Banner Aleatório

Dentro de uma estufa inteligente em Chengdu, capital da província de Sichuan, dois robôs treinam patrulhas agrícolas com o apoio de câmeras de alta definição e conectividade com a nuvem. “Após integrar o modelo de linguagem DeepSeek, treinamos os robôs com dezenas de milhares de imagens para aprimorar a identificação de pragas. A precisão já supera os 80%”, explicou Wu Yuanqing, responsável pelo desenvolvimento da tecnologia. Segundo Wu, o avanço permite que os agricultores tomem decisões mais precisas e aumentem a eficiência da produção.

O governo chinês tem adotado políticas estratégicas para promover o que chama de “novas forças produtivas de qualidade” no campo, incluindo o uso de IA, big data e sistemas de monitoramento de baixa altitude. Pela primeira vez, um documento oficial para 2025 coloca o desenvolvimento da agricultura inteligente como prioridade nacional.

Um dos exemplos mais bem-sucedidos dessa transição é a cidade de Maoming, no sul da província de Guangdong, conhecida pelo cultivo de lichias. Em fevereiro, o modelo DeepSeek foi integrado à plataforma de assistência agrícola local, reunindo mais de cinco milhões de dados — desde registros meteorológicos até um banco de informações sobre doenças da fruta.

Segundo Xu Hong, representante do departamento de assuntos agrícolas e rurais da cidade, já foram instalados 69 conjuntos de sensores conectados à internet via 5G, cobrindo 20 municípios produtores de lichia. Os sensores monitoram, em tempo real, desde a umidade do solo até a temperatura do ar, fornecendo alertas antecipados e planos de ação para evitar perdas por conta do clima.

Zhang Xianfeng, agricultora da região, destacou como a IA mudou sua relação com o cultivo: “Antes, dependíamos exclusivamente da experiência. Aplicávamos fertilizantes por instinto e muitas vezes reagíamos tarde demais a doenças. Agora, o assistente inteligente nos dá orientações imediatas e precisas.” Em um episódio recente de tempo chuvoso e frio, Zhang recorreu ao sistema, que em segundos sugeriu um plano de manejo adequado para suas plantações.

Segundo o Qianzhan Industry Research Institute, o mercado chinês de “IA + Agricultura” foi avaliado em cerca de 68,5 bilhões de yuans (aproximadamente 9,5 bilhões de dólares) em 2021, e a expectativa é que ultrapasse os 90 bilhões de yuans em 2024, com um crescimento anual médio de 10%.

O professor Li Zhan, da Universidade Jiaotong do Sudoeste, vê grande potencial na aplicação da IA para o manejo de pragas, agricultura de precisão, mecanização automatizada e otimização de cadeias logísticas. “Tecnologias como o DeepSeek vão elevar a eficiência produtiva e a segurança alimentar, além de promover o uso racional dos recursos naturais”, afirmou.

Apesar dos avanços, desafios persistem. A coleta de dados ainda é inconsistente, há preocupações com a privacidade e a adesão por parte dos agricultores é limitada em algumas regiões. Para Liu Jingjing, pesquisadora do Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais, é necessário fortalecer a infraestrutura digital nas áreas rurais e formar mais especialistas em IA para garantir a integração plena da tecnologia à produção agrícola.

O futuro da agricultura na China, impulsionado por robôs, sensores e algoritmos, aponta para um novo paradigma em que tradição e inovação caminham lado a lado. Como disse Zhang Xianfeng, “a experiência ainda conta, mas agora ela é guiada pela inteligência artificial”.

Source link

Join the conversation

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *