O cometa interestelar 3I/ATLAS, descoberto em 1º de julho de 2025 pelo telescópio ATLAS no Chile, está gerando grande interesse na comunidade científica mundial. Com sua aproximação mais próxima da Terra prevista para o dia 19 de dezembro de 2025, os astrônomos aguardam ansiosos dados que poderão revelar se este objeto celeste possui características diferenciadas dos cometas tradicionais.
Viajando a mais de 210 mil km/h, equivalente a cerca de 130 mil milhas por hora, o cometa 3I/ATLAS se destaca por sua composição única. Estudos realizados pelo Telescópio Espacial James Webb apontaram uma alta concentração de dióxido de carbono em comparação à água, um fenômeno ainda não observado em outros cometas.
Além disso, o Telescópio Gemini Sul identificou a presença de cianeto em sua coma, uma molécula comum em cometas que passam perto do Sol.
Os cientistas examinam o 3I/ATLAS com a expectativa de que ele possa fornecer novas pistas sobre a origem de cometas e a formação planetária. Embora hipóteses anteriores sugerissem a possibilidade de criovulcanismo, essa evidência não foi documentada em observações recentes.
Impacto na ciência planetária
A análise do 3I/ATLAS oferece uma rara oportunidade para entender melhor os corpos celestes interestelares. A presença de compostos como monóxido e dióxido de carbono no cometa indica uma superfície ativa, mesmo antes de se aproximar das partes mais quentes do Sistema Solar.
Esses achados têm o potencial de enriquecer o conhecimento sobre os processos químicos que ocorrem em cometas e que podem ter implicações para a astrobiologia.
Os cientistas também veem o 3I/ATLAS como uma “cápsula do tempo”, uma vez que ele pode ser o cometa mais antigo já identificado, com idade possivelmente 3 bilhões de anos superior à da Terra. Isso significa que ele pode oferecer informações valiosas sobre a história do nosso próprio sistema solar e de outros sistemas distantes.

