Coluna | Fafen voltou! Resultado da luta dos | Brasil de Fato

O Sindipetro PR-SC e o Sindiquímica mobilizaram os trabalhadores para resistir

O governo do presidente Lula decidiu pela reabertura da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen), localizada no município de Araucária, região metropolitana de Curitiba.

A decisão pela reabertura da fábrica é uma medida acertada, e foi também resultado da luta dos trabalhadores petroleiros e petroquímicos do Paraná e de Santa Catarina.

Na quinta, ocorreu o evento de reabertura da usina com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de lideranças políticas do Partido dos Trabalhadores (PT), entre outras autoridades públicas. A deputada federal e presidenta nacional do PT, Gleisi Hoffmann, teve uma atuação parlamentar destacada no sentido de reivindicar a reabertura da Fafen.

A fábrica foi fechada criminosamente em março de 2020, e era a única produtora de ureia do país, insumo básico para a produção de fertilizantes. Além disso, o fechamento da fábrica eliminou o emprego de mil trabalhadores.

O Sindipetro PR-SC e o Sindiquímica mobilizaram os trabalhadores para resistir, defendendo a necessidade e a importância da preservação da fábrica e do emprego dos trabalhadores.

Segundo a avaliação da Federação Única dos Petroleiros (FUP) com a reabertura da Fafen-PR, mais a conclusão em breve das obras da Fafen-MS e a retomada das fábricas da Bahia e de Sergipe, o país irá reduzir a dependência da importação de fertilizantes nitrogenados para algo em torno de 10% a 15%.

Uma luta de 30 anos contra os planos de privatização

A resistência dos petroleiros e petroquímicos começou na década de 90 em defesa da então Ultrafértil (antiga denominação da usina), que foi privatizada pelo governo Itamar Franco, em 1993.

Dez anos depois, em 2013, foi reestatizada durante o governo da presidenta Dilma Rousseff — , e fechada novamente pelo governo bolsonarista, em 2020.

Nas últimas décadas, as cadeias industriais do setor petroleiro, petroquímico e de gás sofreram sucessivos ataques das forças neoliberais, que atuaram no sentido de desnacionalizar todos esses setores fundamentais para a construção de uma base material soberana para o desenvolvimento do Brasil.

Um dos maiores objetivos da operação Lava Jato era a destruição completa do controle do Estado nacional sobre o Sistema Petrobras, o que foi obtido parcialmente, e, portanto, uma das tarefas centrais do governo de Lula segue sendo a retomada estratégica da Petrobras, ainda dominada por grupos de capitalistas nacionais e estrangeiros.

A reabertura Fafen é um passo na longa caminhada pela reconstrução soberana de uma potente indústria petroquímica, que ao lado da luta para colocar a renda petroleira nas mãos do Estado nacional, tem um sentido estratégico, progressivo, para os interesses do povo trabalhador.

*Jornalista e autor dos livros ‘Brasil Sem Máscara — o governo Bolsonaro e a destruição do país’ [Kotter, 2022] e de ‘Lava Jato, uma conspiração contra o Brasil’ [Kotter, 2021]. Graduado em Gestão Pública (UFPR) e Pós-Graduação em Ciência Política (Unicesumar). É militante do Partido dos Trabalhadores [PT], em Curitiba.

Edição: Pedro Carrano

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