Especialista em inovação, Ethan Mollick se destaca por sua atuação na Wharton School, da Universidade da Pensilvânia. Ao abordar o avanço da inteligência artificial, especialmente após a popularização de ferramentas como o ChatGPT, Mollick tem chamado atenção pelo tom equilibrado ao tratar dos impactos dessa tecnologia na vida cotidiana e no ambiente de trabalho. Recentemente, ele lançou o livro “Cointeligência – A vida e o trabalho com a IA”, onde compartilha experiências e orientações práticas sobre como lidar com a presença crescente da IA.
O professor argumenta que entender as transformações provocadas pela inteligência artificial é essencial para aproveitar suas oportunidades, sem descartar a necessidade do pensamento crítico diante de seus desafios. Para Mollick, adotar uma postura cética é importante, mas evitar extremos e buscar uma visão realista fazem parte de um processo saudável de adaptação. Esse equilíbrio pode orientar pessoas e organizações a se beneficiarem do uso responsável da IA.
Qual o papel de Ethan Mollick no debate sobre inteligência artificial?
Ethan Mollick é reconhecido internacionalmente tanto por sua pesquisa quanto pelo trabalho de divulgação sobre tecnologia e inovação. Além da atuação acadêmica na Wharton School, ele tem se tornado referência ao discutir de forma acessível os impactos da inteligência artificial nos processos educacionais, no mercado de trabalho e na sociedade. Suas publicações e palestras são caracterizadas pela clareza com que traduz conceitos complexos em orientações práticas.
No contexto de seu livro, Mollick compartilha experiências pessoais ao interagir com soluções baseadas em IA. Ele descreve como a interação com sistemas inteligentes pode provocar insônia diante das inúmeras possibilidades que se abrem tanto para profissionais quanto para empresas. Esses relatos aproximam a discussão do cotidiano das pessoas, tornando o tema mais compreensível.
“Cointeligência”: como viver e trabalhar com a IA?
O livro “Cointeligência” foi publicado em 2024 e traz um panorama sobre a convivência com soluções inteligentes. Ao abordar o conceito de “cointeligência”, Ethan Mollick refere-se à integração dos recursos da inteligência artificial com a criatividade, intuição e experiência humana. Segundo ele, esse processo de colaboração não é apenas inevitável, mas fundamental para o desenvolvimento sustentável nos âmbitos profissional e pessoal.
Mollick oferece dicas práticas para adaptação e aproveitamento das novas ferramentas. Entre elas, destacam-se:
- Experimentação constante: Buscar formas de testar e aprender com a IA, sem medo de errar.
- Espírito crítico: Manter uma atitude questionadora diante dos resultados oferecidos pelas ferramentas, avaliando riscos e benefícios.
- Adoção gradual: Integrar a IA rotineiramente, começando por tarefas simples e expandindo conforme o domínio aumenta.
- Aprendizagem colaborativa: Compartilhar experiências no uso da IA para acelerar o desenvolvimento coletivo.
Como a inteligência artificial transforma o trabalho e a vida cotidiana?
A inteligência artificial tem provocado mudanças profundas em diferentes setores da sociedade. No mercado de trabalho, profissionais de diversas áreas são convidados a repensar funções, aprender novas competências e lidar com tarefas que são cada vez mais automatizadas. Ethan Mollick aponta que, ao invés de substituir o ser humano, a IA tende a se transformar em uma parceira, capaz de complementar habilidades e expandir possibilidades criativas.
Além do aspecto profissional, a presença da IA em atividades cotidianas, desde o acesso a assistentes virtuais até a automação da rotina doméstica, demonstra como o conceito de “cointeligência” pode ser aplicado fora do escritório. Adotar um olhar realista, como sugere Mollick, contribui para que a tecnologia seja vista como ferramenta de apoio, e não apenas como ameaça.
Desafios e cuidados no uso da cointeligência

Apesar do potencial de inovação, a convivência com a inteligência artificial exige responsabilidade e atenção. Questões relacionadas à privacidade, segurança dos dados e limitações éticas estão entre os principais desafios apontados por especialistas como Ethan Mollick. Empresas e indivíduos que buscam integrar essas soluções devem se manter atualizados e atuar de forma transparente no uso de informações sensíveis.
O conceito de cointeligência amplia a necessidade de desenvolver habilidades socioemocionais, como a adaptabilidade, a comunicação eficaz e o pensamento analítico. Essas competências, combinadas ao uso estratégico da IA, fortalecem a capacidade de adaptação a um cenário em constante evolução.
A análise de Ethan Mollick sobre o tema evidencia a importância de encontrar equilíbrio entre ceticismo e abertura ao novo. Ao tratar da vida e do trabalho com a inteligência artificial, seu enfoque orienta para escolhas conscientes e responsáveis, convidando todos a participarem ativamente desse novo contexto tecnológico.