Portugal figura na lista de países da União Europeia onde a população mais utiliza ferramentas de inteligência artificial generativa (como ChatGPT, Gemini ou outras plataformas de criação de conteúdos como texto, áudio, vídeo, etc). A taxa ultrapassa a média dos países comunitários, segundo revelam os últimos dados do Eurostat, o gabinete de estatísticas da UE.
Nos últimos três meses, 38,7% dos portugueses entre 16 e 74 anos recorreram a plataformas de IA, de acordo com os resultados do Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas Famílias realizado em 2025 pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), e que serviu de base ao balanço do Eurostat a nível europeu.
A proporção de portugueses que recorrem a ferramentas de inteligência artificial quase duplica no grupo etário dos 16 aos 24 anos, atingindo um peso de 76,5%, e nos estudantes eleva-se a 81,5%, de acordo com o INE.
A Dinamarca destaca-se em primeiro lugar no ‘ranking’ de países da UE onde a população adulta mais utilizou ferramentas de IA nos últimos três meses, com uma taxa que atingiu 48,4%, e que compara com os 38,7% registados erm Portugal. Na média dos 27 países comunitários esta taxa cifrou-se em 32,6%.
Portugal é o 6º país da UE onde mais se usa IA em escolas
O campo onde Portugal mais se destaca é na utilização de ferramentas de inteligência artificial em contexto educativo (em escolas, universidades ou centros de formação) numa taxa que se cifrou em 14,46% nos últimos três meses, quando a média da UE foi de 9,38%.
Portugal neste campo posiciona-se em 6º lugar entre os países comunitários onde mais se recorreu a IA para fins educativos (ex-aequo com Chipre, em que esta taxa foi igualmente de 14,46%). Nesta lista, a Suécia destacou-se em primeiro lugar, com cerca de 21% da população entre 16 e 74 anos recorrer a estas ferramentas em contexto escolar, seguindo-se Malta com uma taxa de 20,22% e Dinamarca com 17,86%.
O país evidenciou-se ainda com uma elevada taxa de população adulta a recorrer ao ChatGPT ou outras ferramentas idênticas para pesquisas privadas, numa taxa de 33,18% segundo os dados do Eurostat.
Na média dos países da União Europeia, 25% da população adulta tem por hábito utilizar ferramentas de IA para fins pessoais. Esta taxa atinge a sua maior expressão no Chipre, onde atinge 43,3%, ou na Grécia, onde este peso é de quase 41%.
Também no campo da utilização de inteligência artificial em empresas, e contexto de trabalho em geral, Portugal destacou-se por estar acima da média da União Europeia em 2025. No país, quase 20% das pessoas usaram estas ferramentas em ambiente laboral. A média da UE aqui foi de 15%, e o país que se destacou em primeiro lugar foi Malta, com 29,64%, seguida da Dinamarca, com 27%.

