A maneira como pessoas buscam informações está mudando rapidamente. Perguntas que antes eram feitas a buscadores tradicionais passam, cada vez mais, a ser direcionadas a assistentes baseados em inteligência artificial, capazes de oferecer respostas diretas, contextualizadas e personalizadas.
Esse comportamento é impulsionado pela ampla adoção dessas tecnologias. Estimativas recentes indicam que quase 1 bilhão de pessoas já utilizam chatbots de IA em todo o mundo, sendo o ChatGPT responsável por mais de 80% desse uso, o que evidencia o papel central desses modelos na mediação da informação digital .
Diante desse cenário, pesquisadores e profissionais de comunicação passaram a observar um novo indicador de visibilidade: o Share of Model, métrica que analisa como marcas são reconhecidas, mencionadas ou recomendadas por sistemas de IA quando usuários fazem perguntas relacionadas a determinado tema ou setor.
O conceito não se refere a publicidade direta, mas à presença construída a partir de reputação, conteúdo público e fontes confiáveis. Estudos de comportamento do consumidor mostram que uma parcela relevante dos usuários já prefere utilizar ferramentas de IA generativa em vez de mecanismos de busca tradicionais para obter recomendações, reforçando o papel desses sistemas como novos filtros de credibilidade .
Segundo Isadora Reis, fundadora da PulseBrand, os modelos de IA não criam reputação do zero. “Eles refletem padrões já consolidados no espaço público. Conteúdos jornalísticos, análises especializadas e presença institucional consistente passam a influenciar não apenas leitores humanos, mas também os sistemas que hoje organizam e devolvem informação.”
Nesse contexto, o Share of Model surge como um indicador de como marcas estão sendo reinterpretadas em um ambiente no qual máquinas também participam da construção de sentido e da mediação do conhecimento.