Por quase duas décadas, os smartphones funcionaram praticamente da mesma maneira, seja com o iPhone da Apple ou com dispositivos Android do Google: uma tela inicial com uma grade de aplicativos coloridos, prontos para serem abertos com um toque.
No entanto, com o lançamento do iOS 26 da Apple e do Android 16 do Google, as diferenças entre os dois sistemas operacionais começam a se tornar mais evidentes, não apenas em termos de design, mas também no uso crescente da inteligência artificial (IA).
O The New York Times, por meio da análise de Brian X. Chen, explora as mudanças e como elas impactarão a experiência dos consumidores.
Estética transparente vs Cores vibrantes
O iOS 26, que será lançado neste outono, adota uma nova estética chamada Liquid Glass, que traz uma interface translúcida que imita o vidro.
Com essa mudança, ícones de aplicativos e botões podem se misturar ao conteúdo da tela, criando uma experiência visual mais fluida e integrada.
A Apple está levando esse conceito de design para outros dispositivos, como o iPad e o Mac, para garantir uma uniformidade em seu ecossistema.
Em contraste, o Android 16 do Google aposta em um design muito mais vibrante e chamativo, chamado Material 3 Expressive.
O novo sistema permite aos usuários escolherem entre uma variedade de temas de cores, como roxo, que altera o visual da interface, criando uma experiência mais emocional e personalizada. O objetivo do Google é criar uma conexão mais profunda com os usuários, oferecendo um design mais dinâmico e interativo.
IA: o grande diferencial
Embora essas mudanças estéticas sejam significativas, a verdadeira transformação nos smartphones está acontecendo nos bastidores, impulsionada pela inteligência artificial (IA).
O Google, com seu Gemini, está liderando a incorporação de IA nos smartphones Android. O Gemini é um chatbot de IA baseado em inteligência artificial generativa, que utiliza modelos complexos de linguagem para realizar diversas tarefas, como criar listas de compras, editar fotos e até mesmo gerar conteúdo para e-mails.
Os usuários de Android poderão simplesmente pressionar o botão de energia do celular para invocar o Gemini e pedir assistência, facilitando atividades do dia a dia de maneira mais intuitiva e eficiente.
“Com o Gemini, o Android 16 não é apenas sobre uma nova interface, mas sobre um celular que executa tarefas por você”, destaca a análise do The New York Times, que afirma que a IA será a principal força motriz por trás da experiência no Android.
Por outro lado, a Apple está mais cautelosa com a adoção da IA. No iOS 26, a Apple Intelligence, lançada no ano anterior, recebeu atualizações, mas ainda está atrás do Gemini em termos de funcionalidade.
A Apple introduziu novos recursos, como tradução automática e a capacidade de realizar buscas na web com dados de uma captura de tela.
No entanto, o iOS 26 ainda não traz o mesmo nível de integração da IA que o Android 16, especialmente porque a versão reformulada da Siri, assistente virtual da Apple, foi adiada indefinidamente após apresentar falhas técnicas em testes internos.
“A versão reformulada da Siri deveria ter sido lançada em 2025, mas a Apple precisou adiar o projeto devido a falhas em quase um terço das solicitações feitas pelos usuários”, explicou Chen, no The New York Times.
O futuro: Android à frente na IA
O que tudo isso significa para os consumidores? No curto prazo, usuários do Android 16 experimentarão mais rapidamente as vantagens da IA integrada ao celular, enquanto a Apple focará em aperfeiçoar a estética e as funções visuais do sistema.
O Google já está incorporando IA de forma profunda, criando um celular mais proativo, que realiza tarefas por conta própria. Já a Apple, com sua abordagem mais conservadora, continua a focar em um software mais bonito, mas sem a mesma profundidade de IA.
“O Android 16 representa um celular que usa seus dados para fazer tarefas, enquanto o iPhone se foca mais em aprimorar o design”, conclui Chen, destacando que, neste ritmo, os usuários do Android terão uma experiência de celular com IA muito mais desenvolvida do que os usuários de iPhone nos próximos anos.
À medida que a tecnologia de IA continua a avançar, será interessante observar como as empresas vão adaptar suas plataformas e qual delas irá oferecer a melhor experiência para os consumidores.
No fim das contas, quem se beneficiará mais será o usuário, que poderá contar com celulares mais inteligentes e eficientes, tornando o dia a dia mais produtivo e conectado.
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