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Em nota enviada ao Grupo Liberal, a administração estadual informou que, para receber os visitantes que chegarão em Belém para o encontro sobre mudanças climáticas, o governo do Estado criou o programa “Capacita COP 30”, realizado por meio de parceria com 25 entidades da iniciativa privada, órgãos de classe e instituições de ensino, com o objetivo de suprir as demandas de mão de obra do mercado, com a oferta de cursos gratuitos em quatro pólos estaduais distribuídos na Região Metropolitana, Região do Salgado, Marajó e Santarém.
“Os cursos ofertados pelo programa Capacita COP 30 são nas áreas de turismo, gastronomia, infraestrutura e segurança do trabalho. A expectativa é formar 22 mil pessoas até a realização da COP, dos quais 1.600 já foram certificados. A formação destes alunos contribuirá para a qualificação da mão de obra do Estado, deixando um legado imaterial que permitirá o desenvolvimento de uma nova vocação econômica baseada no turismo receptivo em todo o Pará”, informou o governo.
Um dos órgãos que atuam como parceiros no programa é o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Pará (Sebrae-PA). No site do programa, por exemplo, há a oferta de 67 cursos envolvendo todos esses segmentos.
Geração de empregos
A partir desse aperfeiçoamento por meio das capacitações, e também por causa das grandes intervenções pelas quais Belém passa, muitos empregos devem ser gerados na capital. A estimativa do poder público é de que sejam criados em torno de 22.400 postos de trabalho entre diretos e indiretos. Apenas os diretos devem somar 5 mil, sendo que a expectativa é de que o evento aqueça o mercado e crie oportunidades em diversos setores da economia ligados ao turismo e prestação de serviços.
O governo do Estado e a Prefeitura de Belém haviam informado à reportagem em junho que, entre as obras para a COP 30, a que mais vai gerar emprego é o Programa de Macrodrenagem da Bacia Hidrográfica do Igarapé Mata Fome (Prommaf), que tem investimentos de R$ 401,8 milhões e deve gerar mais de 7,6 mil postos de trabalho diretos e indiretos. Confira no infográfico mais dados.
Outras intervenções com grande número de empregos previstos são a requalificação do Mercado de São Brás (R$ 118,3 milhões e 3,5 mil postos); o Parque Urbano Igarapé São Joaquim (investimento de R$ 150 milhões e previsão de 2,8 mil empregos gerados); as intervenções da Nova Doca, Tamandaré e Canais (que devem gerar 2 mil postos de trabalho); a revitalização da avenida Júlio César (R$ 136,6 milhões e quase 2 mil empregos); o Porto Futuro II, com investimento de R$ 568 milhões, e o Parque da Cidade, de R$ 400 milhões, (que devem gerar 1,6 mil postos); e a duplicação da avenida Bernardo Sayão (com valor de R$ 246,7 milhões e quase 1,5 mil empregos).
Setor de hotelaria
Como o Grupo Liberal já havia adiantado em julho, a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis no Pará (ABIH) estima receber entre 40 mil e 50 mil pessoas durante a COP 30 em Belém. E, segundo a entidade, a rede hoteleira local tem se preparado intensamente para receber os visitantes da COP 30, desde os investimentos em infraestrutura até os treinamentos.
Por exemplo, uma das medidas é que o antigo prédio da Receita Federal, localizado na rua Gaspar Viana, esquina com a avenida Presidente Vargas, em Belém, será transformado em um hotel de luxo. O empreendimento terá a chancela da rede hoteleira portuguesa Tivoli e será construído pela Roma Incorporadora. O local foi cedido ao governo do Pará pelo Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos para que o espaço fosse transformado em hotel. A assinatura do contrato de cessão do prédio foi realizada no dia 10 de julho pelo governador do Pará, Helder Barbalho, e pela vice-governadora, Hana Ghassan.
Situado próximo à Estação das Docas, o edifício estava desativado desde 2012 após um incêndio, e agora passará por uma requalificação completa. Com 18 andares e uma área de 2.709 m², o hotel terá 255 apartamentos, incluindo uma suíte presidencial de 230 m² e seis suítes executivas de 70 m². Além disso, contará com três restaurantes, sendo um especializado em culinária paraense, um terraço, um café-bar, áreas de piscinas e um SPA. O governador informou que o empreendimento deve ser entregue no segundo semestre de 2025.
Além desse empreendimento, o ministro do Turismo, Celso Sabino, anunciou um investimento para a construção de um grande hotel no município de Castanhal. A verba destinada para o novo espaço hoteleiro no Pará ultrapassa os R$ 27 milhões, do Fundo Geral de Turismo (Fungetur). O projeto visa preparar a região para receber a COP 30, garantindo infraestrutura adequada para os visitantes.
A ABIH ainda informou que diversos hotéis estão reformando suas instalações, e mais de 60 tipos de treinamentos foram implementados na cidade e no interior, como na ilha de Marajó e Santarém. Os treinamentos incluem desde técnicas de serviço até o ensino de idiomas como inglês, considerados essenciais para atender o público internacional.
No fim de 2023, o Governo do Pará publicou um decreto que altera a tributação para hotéis, pousadas, albergues e motéis na compra de ativos imobilizados. A medida, que terá validade até 30 de novembro de 2025, permitirá que os estabelecimentos adquiram os ativos com ICMS nas operações internas, dispensando a cobrança do diferencial de alíquota nas compras interestaduais incidentes nas aquisições de bens destinados ao ativo imobilizado da rede hoteleira paraense.
Outra medida implementada pela gestão estadual para estruturar o segmento para atendimento à Conferência da ONU foi a parceria firmada com a plataforma de hospedagem Airbnb, com o objetivo de tornar o serviço mais conhecido no Estado e ampliar o número de leitos. Quem atua junto com o site, por exemplo, é o Sebrae-PA, que oferece o curso “Noções básicas de como hospedar no Airbnb – Gestão de reservas”, voltado para proprietários de imóveis que já são anfitriões na plataforma e pessoas interessadas em iniciar a receber hóspedes.
As aulas seguem até o dia 11 de dezembro, com um total de 20 turmas. Na primeira classe, 37 pessoas se formaram. A iniciativa, que é fruto da parceria Airbnb e Sebrae, tem como objetivo qualificar empreendedores para contribuir com o turismo local antes, durante e após a realização da conferência na capital paraense. O conteúdo inclui desde noções básicas de como hospedar no Airbnb até a precificação de hospedagem.
“Sobre a hospedagem, o governo do Pará trabalha junto ao governo federal para proporcionar alternativas de hospedagem que comportem visitantes de diversos perfis na capital paraense. Entre as soluções para a demanda por leitos em Belém está a contratação de navios de cruzeiro que funcionarão como hotéis flutuantes, a construção de novos hotéis de luxo, a reforma e ampliação da rede hoteleira existente na Região Metropolitana de Belém através de linhas de crédito disponibilizados pelo Banpará, a construção da Vila Líderes para receber representantes de outras nações, o uso de vilas militares e a reforma de escolas que funcionarão durante a COP como alojamentos, além do uso de tendas climatizadas como hospedagem temporária e também a oferta de leitos através de plataformas de aluguel de curta duração”, informou o governo do Pará à reportagem.
Intervenções em Belém
Ainda em resposta à solicitação do Grupo Liberal, a administração estadual ressaltou que tem um orçamento de R$ 4 bilhões para investir em obras da COP no ano de 2024, dos quais R$ 2 bilhões foram captados junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), R$ 1 bilhão é fruto de um convênio de infraestrutura com a Itaipu Binacional e o restante do investimento é proveniente do tesouro do Estado.
Para a realização da COP 30, o governo do Pará prevê a execução de mais de 20 obras estruturantes, nas áreas de conectividade, saneamento, mobilidade e desenvolvimento urbano, que visam não apenas permitir que Belém esteja preparada para ser a cidade sede do evento, mas também permitir a solução de problemas históricos da capital paraense, deixando como legado para a população uma cidade requalificada, que possa funcionar como a porta de entrada da Amazônia e, desta forma, fomentar o turismo na região.
As obras da COP, segundo o governo, têm seus cronogramas de execução monitorados por equipes de consultores especialistas em obras públicas contratadas pelo governo do Pará. A previsão de entrega das obras é até novembro de 2025, antes do evento, porém, diversas obras importantes, como o Parque da Cidade e o Porto Futuro II, estão em fase avançada e devem ser concluídas no começo do segundo semestre do ano que vem.
Lista de obras para a COP 30
Intervenções da Nova Doca, Tamandaré e Canais
Empregos: Cerca de 2 mil
Porto Futuro II e Parque da Cidade
Empregos: 1.600
Reforma do Complexo Ver-O-Peso
Investimento: R$ 64 milhões
Empregos: 298 (165 diretos e 133 indiretos)
Revitalização das ruas João Alfredo e Santo Antônio
Investimento: R$ 5 milhões
Empregos: 51 (23 diretos e 38 indiretos)
Duplicação da avenida Bernardo Sayão
Investimento: R$ 246,7 milhões
Empregos: 1.460 (576 diretos e 874 indiretos)
Requalificação do Mercado de São Brás
Investimento: R$ 118,3 milhões
Empregos: 3.500 (500 diretos e 3 mil indiretos)
Parque Urbano Igarapé São Joaquim
Investimento: R$ 150 milhões
Empregos: 2.856 (1.146 diretos e 1.710 indiretos)
Revitalização da avenida Júlio César
Investimento: R$ 136,6 milhões
Empregos: 1.996 (751 diretos e 1.245 indiretos)
Programa de Macrodrenagem da Bacia Hidrográfica do Igarapé Mata Fome (Prommaf)
Investimento: R$ 401,8 milhões
Empregos: 7.634 (3.063 diretos e 4.571 indiretos)
Reforma do Parque Ambiental Gunnar Vingren
Investimento: R$ 32 milhões
Empregos: 481 (244 diretos e 237 indiretos)
Distrito de Inovação e Bioeconomia
Investimento: R$ 7 milhões
Empregos: 131 (51 diretos e 80 indiretos)
Transporte Público e Frota de Ônibus
Investimento: R$ 133,6 milhões
Empregos: 30 (20 diretos e 10 indiretos)
Nova Rômulo Maiorana
Investimento: R$ 27 milhões
Empregos: 384 (124 diretos e 206 indiretos)
Fonte: Governo do Pará e Prefeitura de Belém
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