Como das duas vezes anteriores, a decisão do Copom foi tomada por unanimidade. Até mesmo os dirigentes nomeados pelo presidente Lula divergem frontalmente do diagnóstico curtoprazista do governo.
Do ponto de vista global, a decisão mais importante foi o passo dado também nesta quarta-feira pelo Fed. Boa parte dos analistas recomendava novos cortes de 0,5 ponto, em novembro e dezembro, mas o presidente do Fed, Jerome Powell, preferiu esvaziar esse balão. Em todo o caso, juros mais baixos implicam circulação maior de dólares nos mercados e, a partir daí, certa desvalorização do dólar ante as outras moedas, inclusive o real. Mas a falta de um sinal de que o ritmo de cortes se mantenha pode voltar a fortalecer o dólar em vez de enfraquecê-lo. Nos próximos dias ficarão mais claras as proporções do ajuste.
O Copom não apontou seus movimentos seguintes. Como, no entanto, a inflação ameaça escapar da meta, ficam inevitáveis novos apertos. Falta saber se continuarão sendo de 0,25 ponto ou se um deles será de 0,5.