O segundo dia da 7ª Delegação Internacional da Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior (ABMES) – Silicon Valley Experience, foi marcado por uma imersão no coração da inovação tecnológica mundial. Os reitores e gestores de instituições de ensino superior de todo o Brasil participaram de uma jornada histórica de aprendizado e aproximação com duas das maiores empresas de tecnologia do planeta: Google e Microsoft.
Para o presidente da ABMES, Janguiê Diniz, o segundo dia de atividades foi histórico para a entidade. “Estamos sendo recebidos nas duas maiores empresas de tecnologia do mundo, líderes em inovação e transformação digital. Queremos transformar essas conversas iniciais em parcerias concretas, que possam beneficiar todas as instituições associadas à ABMES no Brasil”, destacou.
Visita ao Google for Education
A primeira parada do grupo foi na sede do Google, em Palo Alto, onde foram recebidos por Felipe Neves, Head of Google Workspace for Education in Latin America, e Alessandro Leal, Diretor do Google for Education na América do Sul. Durante o encontro, os executivos apresentaram as inovações impulsionadas pela inteligência artificial do Google, especialmente a plataforma Gemini, e suas aplicações práticas na educação.
Professores e alunos, segundo demonstrado, podem agora criar podcasts, histórias em quadrinhos, quizzes, vídeos interativos e planos de estudo personalizados a partir de arquivos PDF, tornando o processo de ensino-aprendizagem mais dinâmico, criativo e acessível.
Em sua palestra, Felipe Neves comparou a IA a uma caneta, ressaltando que o poder da ferramenta depende de como é utilizada, pois “com ela, é possível escrever um poema, desenhar ou resolver um problema complexo — tudo depende da intenção e da criatividade de quem a utiliza”. Ele contextualizou a trajetória da Inteligência Artificial desde sua origem em 1956 até a revolução das IAs generativas, cuja adoção foi a mais rápida da história: 50 milhões de usuários em apenas cinco semanas.
Entre os destaques da apresentação estiveram ferramentas como o Deep Research, que elabora relatórios completos com citações, e o Notebook LM, que utiliza bases de dados controladas, garantindo precisão e confiabilidade, recursos de grande valor para pesquisa acadêmica e análise institucional.
Felipe Neves também abordou os desafios éticos e pedagógicos da IA no ambiente educacional, como o plágio e a avaliação de trabalhos produzidos com auxílio de tecnologias generativas. Ele citou o caso da USP, onde a IA já é usada para gerar simulados e corrigir automaticamente redações do Enem, com resultados de qualidade comparáveis aos de professores humanos. Segundo o palestrante, “a IA não substitui o professor, mas amplia suas possibilidades. O desafio agora é aprender a perguntar melhor”.
Ao fim das apresentações, os executivos do Google destacaram o interesse da empresa em estreitar laços com o setor educacional brasileiro, deixando aberta a possibilidade de um acordo de cooperação com a ABMES voltado à ampliação do acesso de professores e estudantes às ferramentas de IA da companhia. O grupo ainda visitou as instalações do Google e encerrou a passagem com um passeio pelo campus de Palo Alto, símbolo da cultura de inovação que define o Vale do Silício.
Visita à Microsoft Education
Na parte da tarde, a delegação seguiu para a Microsoft, também em Palo Alto, onde foi recebida por Juliano Menegazzo, Principal Product Manager, Microsoft Education, e Bruce Thompson, Global Higher Education Lead, Microsoft Education. Os palestrantes apresentaram as tendências de uso da inteligência artificial Copilot na educação, demonstrando como a ferramenta pode apoiar professores e alunos na criação de agentes de IA, apresentações, resumos de estudo e recursos de apoio pedagógico.
Os visitantes também exploraram uma exposição tecnológica permanente que mostra a integração das soluções Microsoft com diferentes setores e instituições, reforçando o papel da inovação na formação profissional e na gestão educacional.
A programação segue até sábado, com visitas a universidades de referência, como Stanford, e big techs como a AWS (Amazon), aprofundando o diálogo entre o ensino superior brasileiro e os principais centros de inovação do mundo.

