Alexandre Delbem comenta a respeito do recém-criado Centro para Inteligência Artificial em Gestão de Saúde, que tem como um de seus objetivos a centralização das informações na área da saúde

Os sistemas de saúde são estruturas complexas e envolvem múltiplos fatores. A demografia diversa do Brasil impõe ainda mais desafios para uma gestão eficiente na área da saúde. Com o avanço de tecnologias de inteligência artificial, há descobertas significativas e de impacto socioeconômico para diversos problemas complexos dentro da área. Nesse sentido, foi fundado pela USP o Centro para Inteligência Artificial em Gestão de Saúde (ciaGSaude). Quem explica melhor é o professor Alexandre Delbem, do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC) da USP em São Carlos e coordenador desse centro de pesquisas.
Delbem comenta a dificuldade muitas vezes enfrentada pela população no processo do atendimento em saúde, “às vezes a pessoa tem dúvida até para onde ir, conforme o que está sentindo, o que está precisando, e isso não é porque a pessoa estava informada, porque o sistema é complexo mesmo”. O coordenador do centro explica que a centralização das informações poderia auxiliar no atendimento, organizando o conhecimento tanto para os usuários quanto para os profissionais que atuam na área.

Missão e pesquisa
A inauguração oficial do centro ocorreu em agosto. O ciaGSaude conta com financiamento da Fapesp, da Fundação Faculdade de Medicina de São Paulo e da Faepa, que é a Fundação Gestora de Hospitais na região de Ribeirão Preto. O projeto conta com o auxílio de profissionais do setor privado e público de diferentes cidades e está previsto para durar dez anos, com possibilidade de prorrogação.
Desde a sua criação, o centro atraiu mais de 160 pesquisadores e está em atividade com o objetivo de ampliar continuamente sua capacidade de gerar soluções inovadoras para a saúde pública no Brasil. “A gente vai desde o atendimento básico, coisa simples, mas que impacta no dia a dia do profissional e do paciente a altamente avançado. A escolha do que é importante, esses profissionais já sabem, eles têm uma lista grande de demandas e a gente entra tentando decidir o que é melhor fazer, o que daria mais resultado a curto, médio e a longo prazo. Justamente a gestão melhorada do sistema com as tecnologias de IA”, completa Delbem.
Um dos pontos importantes das pesquisas é desenvolver sistemas de aplicação efetiva e pagável e preferencialmente de risco zero à população. Muitas iniciativas em IA já vêm sendo aplicadas na saúde, e o centro tem como missão organizar esse conhecimento. Por fim, Delbem completa: “São muitas técnicas, são muitas iniciativas em várias frentes, no mercado privado, público, pesquisas no Brasil e fora do Brasil. Em qualquer objetivo, a gente organizar esse conhecimento e acelerar o processo de assimilação no sistema de saúde, principalmente saúde pública no Brasil, é muito importante”.
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