Dom Oriolo: A Inteligência Artificial generativa na evangelização

Dom Oriolo: A Inteligência Artificial generativa na evangelização

A IA generativa está moldando e fazendo parte do nosso dia a dia. Ela é capaz de escrever um e-mail, revisar um texto ou um contrato, analisar balanços econômicos diocesano, paroquial e eclesial missionário, produzindo conteúdos. Ela pode ser treinada pela linguagem humana e usada em qualquer assunto complexo.

Dom Edson Oriolo – Bispo da Igreja Particular de Leopoldina MG

Em agosto de 2024, participei de um grupo de estudos sobre inteligência artificial (IA), promovido pelo Celam, realizado na cidade do México. Pesquisadores e estudiosos de vários países da América Latina e do Caribe estiveram lá para aprofundar sobre as questões éticas e as implicações pastorais da inteligência artificial na Igreja e sociedade. A expressão “inteligência artificial generativa” foi objeto de discussões. No entanto, a natureza exata dessa categoria da inteligência artificial ainda suscita questionamentos. Mas o que realmente é a inteligência artificial generativa?

Num primeiro momento, podemos aproximar a IA como um grande guarda-chuva que protege várias tecnologias diferentes, como machine learning, deep learning e inteligência generativa. A IA generativa é composta de máquinas que por comandos criam respostas ampliando a capacidade humana. Destaca-se por sua capacidade de criar conteúdos, textos, códigos, imagens, áudios e vídeos. Essa tecnologia ocorre a partir de modelos treinados em vastas quantidades de dados, permitindo que a IA crie obras inéditas que se assemelham a conteúdos produzidos por humanos. Essas novas obras são construídas a partir de dados que a inteligência artificial já conhece, utilizando esses conhecimentos para criar trabalhos inéditos.

A IA generativa, um subcampo do deep learning que utiliza redes neurais artificiais para aprender padrões complexos em grandes conjuntos de dados, é capaz de criar conteúdos, com textos criativos, imagens, músicas e códigos, que são gerados a partir de um determinado input. Exemplos de modelos generativos incluem GPT, Gemini, Claude 3, Jasper, Descrip, Synthesia e outros.

A IA generativa demonstra uma capacidade notável de inovar, criando conteúdos originais que não existiam anteriormente. Essa tecnologia pode ser utilizada para explorar novas formas de apresentar os mistérios de Nosso Senhor Jesus Cristo. Ao transformar vidas, esse impacto contribui significativamente para o sucesso da evangelização

A IA generativa está moldando e fazendo parte do nosso dia a dia. Ela é capaz de escrever um e-mail, revisar um texto ou um contrato, analisar balanços econômicos diocesano, paroquial e eclesial missionário, produzindo conteúdos. Ela pode ser treinada pela linguagem humana e usada em qualquer assunto complexo.

Essa tecnologia tem promovido transformações profundas e abrangentes em todos os aspectos de nossas vidas. Ela tenta imitar a inteligência humana. O ChatGPT representa um marco na evolução da inteligência artificial generativa. Através do aprendizado contínuo, a partir de vastas bases de dados, é capaz de gerar textos e simular a inteligência humana de maneira cada vez mais sofisticada. A IA generativa já é utilizada por milhões de pessoas em diversas áreas, demonstrando seu potencial revolucionário.

Assim sendo, apresento cinco motivos pelos quais a IA generativa pode revolucionar a evangelização, construindo um novo espaço e templo para lançar as sementes do Verbo Encarnado. A evangelização do futuro passa pela inovação tecnológica. A IA generativa nos oferece ferramentas poderosas para sermos ousados e proativos em nossa missão. Através de chatbots, criação de conteúdos personalizados, automatização, novas metodologias e estratégias e análises de dados, podemos alcançar pessoas onde elas estão, oferecendo-lhes uma experiência do encontro com Deus, em Cristo, mais relevante e comprometedora. Eis os cinco motivos

1)      Chatbots inteligentes: a IA generativa pode oferecer um atendimento personalizado e contínuo aos fiéis, respondendo dúvidas, orientando sobre a fé, questões eclesiológicas, cristológicas, morais, sociais, antropológicas e outras.

2)      Criação de conteúdos personalizados. A IA generativa pode auxiliar na criação de conteúdos personalizados sobre textos bíblicos, sermões, palestras, formações, mensagens de reflexão, materiais de estudos, tornando a evangelização mais eficaz.

3)      Automatização. A IA generativa pode assumir tarefas repetitivas, como a criação de relatórios, a gestão de dados de pesquisas, a programação de publicações em redes sociais e liberar os evangelizadores para se dedicarem mais tempo à evangelização presencial, fortalecendo os laços com a comunidade e aprofundando a fé.

4)      Novas metodologias e estratégias. A IA generativa pode ser utilizada para desenvolver metodologias e estratégias de evangelização, com realidades virtuais, plataformas colaborativas para atrair as novas gerações para participar como forças vivas na vida paroquial. Ajudará no conhecimento da realidade na qual serão lançadas as sementes do Verbo.

5)      Análise de dados. IA generativa permite identificar necessidades e interesses da comunidade paroquial, além de avaliar a eficácia das diferentes estratégias de evangelização. Com base nessas informações, é possível ajustar as ações, otimizar os resultados, tornando a evangelização mais direcionada e impactante.

Concluindo, A IA generativa oferece um conjunto poderoso de ferramentas que podem revolucionar a evangelização, tornando-a mais eficaz, eficiente e impactante, isto é, uma evangelização sistêmica.  Esses recursos são valiosos para ressoar a voz dos evangelizadores, alcançando um público amplo e diversificado. A IA generativa pode otimizar a comunicação, facilitar a criação de conteúdos e expandir o alcance da mensagem evangelizadora.

No entanto, a experiência pessoal do encontro com Cristo e o testemunho vivo dos ministros ordenados e fiéis leigos continuam sendo os pilares da evangelização, garantindo que a fé seja transmitida de forma autêntica e transformadora. A tecnologia é apenas um instrumental a serviço da fé, não um substituto para ela.

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