O Bitcoin, primeira e maior criptomoeda em valor de mercado, acumulou 10% de ganhos em dólares no mês, e 12% em reais. Em meados do mês, deixou até uma nova máxima histórica: perto dos US$ 122.800, de acordo com dados da plataforma agregadora de preços Coingecko.
Na contramão do otimismo digital, o mercado de ações brasileiro foi penalizado pelo tarifaço de Trump. Isso porque, nas bandas de cá, o presidente dos EUA não foi tão generoso: seu tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros (10% anunciados em abril mais uma sobretaxa de 40%) elevaram a percepção de risco.
Mesmo porque as ofensivas do republicano contra o Brasil eram essencialmente políticas, o que criou a percepção entre investidores de que essa briga poderia escalar.
O Ibovespa caiu mais de 4% no acumulado de julho, mas nem só de queda foi feito o seu pior mês em 2025 – até aqui. Antes de as coisas começarem a desandar para as ações domésticas, o principal índice da bolsa ainda conseguiu renovar o recorde. Mas isso, claro, num cenário pré-tarifão.
No cenário internacional, as bolsas de valores dos EUA foram impulsionadas pela força das grandes empresas de tecnologia durante a temporada de balanços. Graças a elas, os índices S&P 500 e Nasdaq registraram novas máximas e ganhos da ordem de 2% no mês.
A economia americana, apesar das incertezas que se impõem com Trump no poder, mostrou resiliência mesmo com os juros no intervalo de 4,25% a 4,5% ao ano. Sob esses sinais e com a novela do tarifaço prestes a mudar de capítulo, Wall Street deu de ombros a todo o resto para sustentar seu otimismo desenfreado – possivelmente retomando, em parte, a tese do excepcionalismo americano (agora mais focado em alguns setores).
O desempenho dos ativos em julho de 2025 deixa claro um cenário de “dois mundos” para os investidores.
- De um lado, a inovação e o potencial de valorização do mercado de criptoativos, com o Bitcoin à frente.
- Do outro, a complexidade e turbulência dos cenários macroeconômicos pesam sobre ativos tradicionais, como a bolsa brasileira.
Para o investidor pessoa física, a regra é clara: diversificar. Retornos passados são muito sedutores, mas escondem a volatilidade dos ativos e o risco que carregam.
O bitcoin figura há quase dois anos entre os ativos que mais renderam mensalmente. Mas este retrato pode levar o investidor a um erro crasso: o de que criptomoedas são sinônimo de ganhos garantidos.
Retornos elevados são do jogo desse mercado de risco elevado. Mas, na mesma intensidade e magnitude, também são as perdas. E rápidas.
As criptomoedas são ativos considerados altamente arriscados e que são negociados 24 horas por dia, todos os dias da semana. Investidores conservadores devem passar longe dessa classe. Independentemente de quanto esses ativos rendam no mês.
Já aqueles de perfil moderado podem se expor à classe via fundos multimercados, que tendem a ter alguma proteção na carteira, e fundos que acompanham índices (os ETFs) de criptomoedas.
Por fim, para investidores de perfil agressivo, ou seja, aqueles com bastante apetite por risco, a recomendação de especialistas é que a exposição da carteira a criptomoedas alcance no máximo uma fatia de 5%.
E isso no caso do Bitcoin. Para criptomoedas menos líquidas (que tendem a ser até mais voláteis), a recomendação é ter uma exposição menor que 5% da carteira.
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