Um grupo de investigadores apresentou uma inovação que promete entusiasmar os fãs da LEGO e profissionais de design e tecnologia: o LegoGPT. Desenvolvido por seis coautores e apresentado no artigo científico “Generating Physically Stable and Buildable LEGO Designs from Text”, o modelo de inteligência artificial permite gerar estruturas complexas e estáveis com peças LEGO a partir de simples descrições textuais — como, por exemplo, “uma guitarra acústica em forma de ampulheta”.
Baseado num modelo LLM open source da Meta (LLaMA-3.2-Instruct-1B), o LegoGPT foi treinado com uma base de dados composta por 47 mil estruturas LEGO e 28 mil formas 3D únicas, todas com legendas descritivas. A IA funciona de forma autoregressiva, ou seja, prevê o próximo “bloco” com base na sequência anterior — tal como o ChatGPT prevê a próxima palavra numa frase.
“Com o LegoGPT, em vez de prever a próxima palavra [como no ChatGPT], ele quer prever o próximo bloco colorido”, explica Ava Pun, coautora do estudo e doutoranda na CMU.
Para garantir que as criações são fisicamente viáveis, os investigadores desenvolveram um algoritmo de física personalizado, uma vez que os simuladores existentes não interpretam corretamente as forças envolvidas numa estrutura LEGO.
“Desenvolvemos um algoritmo de raciocínio físico que considera todas as forças físicas que os blocos experienciam: a força descendente da gravidade, forças de fricção e forças de contacto com outros blocos”, afirma Pun.
O código e uma demo do LegoGPT estão disponíveis ao público, permitindo que qualquer entusiasta experimente criar as suas próprias construções. Por agora, o modelo consegue gerar objetos dentro de cerca de 20 categorias, como cadeiras, barcos, carros ou guitarras, mas os investigadores planeiam expandir o leque de possibilidades.