O setor mineral potiguar registrou crescimento de 376% na produção beneficiada entre 2014 e 2024, saltando de R$54 milhões para R$257 milhões anuais. Dados da Sedec-RN e ANM revelam que a produção total (bruta e beneficiada) alcançou R$560 milhões em 2024, impulsionada por investimentos em minerais estratégicos e tecnologias inovadoras.
Projetos estruturantes em andamento
Destaque para o Ferro Potiguar, projeto de R$2,5 bilhões da Fomento do Brasil em fase de licenciamento ambiental. Paralelamente, a canadense Aura Minerals implementa em Currais Novos o maior complexo aurífero do Nordeste, com previsão de processar 2 milhões de toneladas/ano de minério. O empreendimento gerou 2.500 empregos temporários na fase de implantação e mantém 800 postos fixos.

Inovações na pesquisa mineral
Investimentos em prospecção atingiram R$42 milhões em 2023, triplicando o valor de 2022. O mapeamento geológico atualizado identificou 3 mil ocorrências minerais, contra 1 mil registradas em 2006. Paulo Morais, da Sedec, destaca a parceria com o Serviço Geológico Brasileiro como fator-chave para atrair empresas de perfuração diamantada e geofísica avançada.
Sustentabilidade operacional
O projeto Borborema introduziu sistema pioneiro de reaproveitamento hídrico, tratando 100% do esgoto urbano de Currais Novos para uso industrial. A iniciativa evita consumo de recursos naturais em região semiárida, com investimento de R$48 milhões em tecnologia de dessalinização e circuito fechado de água.
Impactos na infraestrutura regional
A expansão mineral exigirá adaptações logísticas, como a readequação de 6 km da BR-226 entre Currais Novos e Santa Cruz. A Aura Minerals aguarda autorização federal para executar obras que incluem alargamento de pista e instalação de sinalização específica para transporte de cargas pesadas.

