Com a passagem do objeto interestelar 3I/ATLAS pela Terra prevista para este sábado (20), cresce a curiosidade sobre sua verdadeira origem.
Um novo estudo afirma que o corpo celeste se comporta como um cometa comum do Sistema Solar, mas a conclusão é contestada pelo astrofísico Avi Loeb, de Harvard, que aponta que o objeto apresenta anomalias ainda não explicadas.
Comportamento típico de cometas?
A pesquisa, publicada na revista Research Notes of the AAS, é liderada por Thomas Marshall Eubanks, da empresa aeroespacial Space Initiatives.
Segundo o estudo, a aceleração não gravitacional observada no 3I/ATLAS é compatível com a de cometas ativos, impulsionados pela liberação de gases e poeira ao se aproximarem do Sol, fenômeno conhecido como desgaseificação.
De acordo com Thomas, a equipe chegou a essa conclusão a partir de medições feitas com astrometria de longa distância, utilizando dados da sonda Psyche, da NASA, e do orbitador Trace Gas Orbiter, da Agência Espacial Europeia.
Segundo o texto do New York Post, a análise levou a pesquisa a afirmar que, apesar de diferente, o 3I/ATLAS é, em sua essência, um cometa.

Foco nas anomalias
A interpretação, enfim, não convenceu Avi Loeb. O cientista já havia classificado como “anômalo” o movimento do objeto durante sua maior aproximação do Sol, ocorrida no mês passado, sugerindo que o comportamento poderia indicar o uso de propulsores tecnológicos.
O cientista considera frágil a correlação feita pelo estudo entre a presença de poeira e a classificação do objeto como cometa.
Para ele, o argumento ignora características incomuns, como altos níveis de níquel na pluma, uma trajetória incomum em relação aos planetas e uma cauda apontando em direção ao Sol, ou seja, o oposto do esperado.
Orientação incomum
O astrofísico também cita uma carta publicada na revista Astronomy & Astrophysics, na qual astrônomos espanhóis identificaram um jato de alta altitude com comportamento oscilante no 3I/ATLAS entre julho e setembro.
Segundo o estudo, a chamada “anticauda”, voltada para o Sol, está alinhada a menos de 8º do eixo de rotação do objeto, uma orientação considerada extremamente específica.
Para Avi Loeb, isso sugere que o corpo mantém lados diurno e noturno bem definidos, que se alternam de forma estável durante a aproximação solar, algo que ele avalia como estatisticamente improvável em um objeto natural.
O pesquisador estima em apenas 0,5% a chance de essa configuração estar ocorrendo por acaso.
Hipótese tecnológica
Avi Loeb defende a hipótese de que o 3I/ATLAS possa ter origem tecnológica e estaria usando um tipo de escudo ou jato voltado para o Sol para se proteger do vento solar e da radiação.
Ele ainda aponta que o jato observado é bastante colimado (muito mais longo do que largo), fugindo do padrão difuso esperado quando gelo evapora na superfície de um cometa.
Recentemente, um estudo apontou que o objeto em questão é, na verdade, um cometa. No entanto, um cientista renomado da Universidade de Harvard discorda dessa conclusão. Diante dessa divergência de opiniões, é importante refletir sobre como podemos usar essa informação de forma positiva. Afinal, ao analisar diferentes perspectivas, podemos enriquecer nosso conhecimento e compreensão do mundo ao nosso redor. Cabe a cada um de nós avaliar as evidências apresentadas e tirar nossas próprias conclusões, a fim de obter os melhores resultados possíveis no serviço que prestamos à sociedade.

