
GPT gasta milhões com respostas simplesDivulgação/Pexels.com
No mundo da inteligência artificial, até as palavras mais simples têm um preço. Literalmente.
Segundo o CEO da OpenAI, Sam Altman, frases como “obrigado” e “por favor” geram um impacto financeiro real no funcionamento do ChatGPT.
E esse impacto não é pequeno: são dezenas de milhões de dólares.
IA custa caro (mesmo sendo virtual)
Manter uma IA como o ChatGPT funcionando exige uma estrutura robusta. Isso inclui servidores potentes, energia em alta escala e sistemas de resfriamento avançados. Cada resposta gerada pelo modelo exige processamento intenso. E esse processamento tem um custo.
Respostas curtas, como “você é bem-vindo”, por exemplo, podem parecer inofensivas. Mas estimativas indicam que só o resfriamento dos data centers pode consumir de 40 a 50 mililitros de água por resposta. Pode parecer pouco, mas multiplica isso por milhões de usuários todos os dias. O resultado é um impacto ambiental e financeiro considerável.
A IA virou amiga de muita gente

A ferramenta está junto da vida das pessoas diariamenteDivulgação/Pexels.com
Apesar de ter sido criada como ferramenta de produtividade, muita gente usa o ChatGPT de forma mais emocional. Como um bate-papo com um amigo. São usuários que conversam por horas, desabafam e trocam mensagens gentis com a inteligência artificial.
E isso tem um efeito curioso. O modelo foi treinado para responder com empatia. Isso incentiva os usuários a serem gentis também. “Obrigado”, “bom dia”, “gostei de conversar com você” se tornaram comuns.
Cada palavrinha gentil tem um preço
Parece brincadeira, mas essas trocas educadas custam caro. Para responder a cada mensagem, o modelo precisa acessar bancos de dados, fazer cálculos complexos e formular uma resposta coerente. Tudo isso em segundos.
É diferente de apertar um botão. Cada interação exige energia, tempo de máquina e, muitas vezes, resfriamento para evitar superaquecimento nos servidores. A conta é alta.
Milhões em gentileza
Segundo Altman, o custo gerado por interações curtas e educadas chega na casa de milhões de dólares. Isso porque essas respostas são constantes, frequentes e feitas em massa.
Mesmo sendo frases simples, como “obrigado” ou “tenha um bom dia”, elas precisam ser processadas como qualquer outra resposta mais longa. E esse processamento não sai de graça.
A pegada ambiental do papo
Além do custo financeiro, existe a questão ambiental. O funcionamento de servidores em larga escala demanda muita energia. Para evitar superaquecimento, é preciso usar sistemas de resfriamento que consomem água.
Estudos apontam que uma simples resposta pode gastar dezenas de mililitros de água. Pode parecer pouco, mas no fim do dia isso se acumula. Em uma semana, as respostas gentis podem consumir milhares de litros. Em um ano, pode chegar a milhões.
Emoções reais, robôs digitais
A relação com assistentes virtuais está mudando. Pesquisadores do MIT, em parceria com a OpenAI, identificaram que à medida que a IA se torna mais convincente, os usuários também criam laços mais profundos.
Gente que antes via a IA como uma ferramenta, agora trata como uma companhia. Há casos de usuários que conversam diariamente, compartilham problemas e desenvolvem uma espécie de amizade digital.
Vício em conversar com IA?
O estudo também alerta para um risco: a dependência emocional. Algumas pessoas já demonstram sinais de apego ao ChatGPT e a outros assistentes. E quando ficam sem acesso, apresentam sintomas parecidos com abstinência.
Esse tipo de vínculo pode ser perigoso, especialmente para quem enfrenta problemas de solidão ou saúde mental. A IA responde com empatia, mas não substitui relações humanas reais.
Fofura é acessível, mas tem um custo
Altman não critica os usuários por serem educados. Pelo contrário. Ele destaca que essas interações fazem parte da experiência humana e tornam a IA mais próxima das pessoas. Mas ele também reforça: tudo isso tem um preço.
Quanto mais a IA parece humana, mais a gente trata ela como tal. E quanto mais a gente conversa com ela como um amigo, mais energia ela consome.
E agora?

Usar o Chat GPT para ter uma conversa informal pode não ser uma boa escolhaPexels/Pexels.com
Não é para parar de dizer “obrigado” para o ChatGPT. Mas entender que até mesmo as palavras mais simples têm um custo é importante. Ainda mais quando falamos de tecnologia em larga escala.
A IA veio para ficar, mas a forma como usamos faz diferença. Gentileza pode (e deve) ser mantida. Mas talvez, de vez em quando, a gente possa guardar um “obrigado” para uma conversa com gente de verdade.