A geração Z não tem medo de se posicionar quando o assunto é transparência salarial: mais de dois em cada cinco formandos estão dispostos a ignorar um empregador se a remuneração não for divulgada.
Se você procurou emprego recentemente, pode ter sentido que encontrou um tesouro ao ver uma vaga com a faixa salarial listada. Para a geração Z, no entanto, a transparência salarial vai além disso — é algo inegociável.
Cerca de 44% dos formandos da geração Z dizem que desistiriam de uma candidatura — até mesmo deixando de responder ao recrutador — se a faixa salarial não for mencionada durante o processo seletivo, segundo o relatório 2025 State of the Graduate, do site americano de busca de empregos Monster.
O levantamento foi feito on-line, nos EUA, com 1.000 pessoas entre 18 e 24 anos, recém-formadas ou que vão se formar nos próximos 12 meses.
Embora esse comportamento possa parecer exigente, especialmente em um mercado de trabalho instável, ele faz parte de uma tendência crescente entre os jovens de discutir abertamente questões salariais no ambiente profissional — um tema que por muito tempo foi considerado tabu pelas gerações anteriores.
A mudança de postura se deve, em parte, à criação de leis em Estados como Califórnia, Colorado e Nova York, que exigem transparência salarial.
Agora, a geração Z pode nem considerar uma vaga se a remuneração não estiver clara, segundo Vicki Salemi, especialista de carreira da Monster.
“Como tantas descrições de vaga já incluem essa informação como prática comum, quando outras não incluem, os formandos tendem simplesmente a ignorar esses anúncios”, disse Salemi à revista Fortune.
Cerca de 44% dos formandos da geração Z dizem que desistiriam de uma vaga de emprego se a faixa salarial não for mencionada na entrevista. Foto: Vergani Fotografia – stock.adobe.com
Geração Z tem expectativas altas, e espera pela vaga ideal
Mais de 4 milhões de jovens da geração Z estão fora do mercado de trabalho, então pode surpreender que eles tenham expectativas tão altas para começar suas carreiras.
Mas, acostumados a viver com os pais, muitos preferem esperar por um emprego que atenda a todos os critérios, em vez de aceitar qualquer oferta com um bom salário.
Segundo o relatório da Monster, quase três em cada quatro formandos da turma de 2025 não aceitariam um emprego em uma empresa cujos valores políticos entrem em conflito com os seus.
Além disso, 35% recusariam uma proposta de uma empresa sem liderança diversa, e 42% não aceitariam trabalhar em um regime totalmente presencial, sem opção de trabalho híbrido.
Essa geração está redefinindo o “onde” e o “quando” do trabalho, segundo Salemi. Ainda assim, nem todos estão confiantes de que vão encontrar a vaga perfeita logo no início.
Mais de 80% dos formandos acreditam que vão conseguir um emprego eventualmente, mas apenas 63% sentem que têm vantagem no mercado.
Empresas ainda tentam entender a geração Z
Kate Duchene, CEO da consultoria global RGP, disse anteriormente à Fortune que a geração Z busca mais flexibilidade e transparência. E, se não encontra isso, está disposta a lutar por mudanças.
“Eles não têm medo de se posicionar, de pressionar um pouco — e de sair se não se sentirem ouvidos”, afirmou.
Quase metade dos formandos da geração Z dizem que pediriam demissão se o ambiente de trabalho se tornasse tóxico, e 39% deixariam o emprego para buscar uma rotina mais saudável, de acordo com a Monster.
Mesmo diante dessas tensões geracionais, algumas empresas já estão buscando entender melhor os desejos da geração Z, segundo o diretor de marketing da Monster, Scott Blumsac.
“A mensagem é clara: os formandos de hoje são ambiciosos, intencionais e guiados por valores”, escreveu ele.
“Empresas que se adaptarem a essas prioridades — oferecendo flexibilidade, propósito e oportunidades reais de crescimento — terão mais sucesso em atrair e reter os talentos da nova geração.”
Esta matéria foi publicada originalmente na Fortune.com
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