
Quem acompanha o mundo da tecnologia provavelmente já antecipava este momento desde que a Google mergulhou de cabeça na inteligência artificial generativa. A gigante da pesquisa anunciou aquela que é a maior atualização da história do Google Chrome, o seu popular navegador, que chega agora recheado de novas funcionalidades baseadas em IA.
O Chrome foi lançado em 2008, numa altura em que o cenário era dominado por nomes como o Internet Explorer e o Mozilla Firefox. Com o passar dos anos, o navegador da Google cresceu exponencialmente e hoje detém quase 70% da quota de mercado global, além de ser a base do sistema operativo ChromeOS que equipa os portáteis Chromebook.
Agora, os recentes avanços da empresa na área da IA generativa estão a moldar o futuro do seu browser. A gigante da pesquisa afirmou num comunicado no seu blog oficial: “Hoje, damos mais um passo crítico na nossa jornada para melhorar a web, tornando o seu navegador mais inteligente. Não se trata apenas de adicionar novas funcionalidades; trata-se de mudar fundamentalmente a natureza da navegação, passando de uma experiência passiva para uma mais proativa e inteligente.”
Gemini no Chrome: Um assistente pessoal para a sua navegação
O objetivo da Google é criar um navegador que vá além de simplesmente “renderizar a web”, utilizando o contexto do que o utilizador está a fazer, como a página que está a ler ou os separadores que tem abertos. A grande estrela desta atualização é o “Gemini in Chrome”, um assistente de navegação com IA que pode responder a perguntas sobre artigos, resumir páginas e encontrar referências em vídeos do YouTube.
Este assistente é sensível ao contexto, conseguindo perceber o que o utilizador está a fazer em múltiplos separadores e integrar-se com outras aplicações da Google, como o Docs, YouTube, Maps e Calendário. O Gemini in Chrome está a ser disponibilizado para utilizadores de Windows e Mac nos EUA, chegando em breve ao Android e iOS. De momento, o suporte linguístico está limitado ao inglês.
A Google está também a trabalhar em capacidades “agênticas” mais avançadas para o chatbot. Nos próximos meses, o Gemini no Chrome será capaz de completar tarefas com múltiplos passos, como encomendar mercearias ou marcar um corte de cabelo. “Permanecerá no controlo enquanto o Chrome trata do trabalho tedioso, transformando tarefas de 30 minutos em jornadas de 3 cliques”, acrescentou a empresa. O chatbot também ajudará a encontrar páginas no histórico de navegação através de pedidos simples como: “Qual era o site onde vi a secretária de nogueira na semana passada?”.
A barra de endereços fica mais inteligente
Grandes mudanças chegam também à barra de endereços do Chrome, a omnibox, que receberá suporte para o “Modo IA” já visto na Pesquisa Google. Este modo é uma versão melhorada das “AI Overviews” que consegue lidar com questões complexas e aprofundar as respostas de forma conversacional.
A barra de endereços recebe ainda sugestões de pesquisa contextuais, que podem sugerir perguntas de seguimento com base no conteúdo da página web. Por exemplo, ao navegar num site de colchões, a omnibox poderá sugerir pesquisas como “Qual é a política de garantia?”. As sugestões contextuais já estão disponíveis nos EUA, com o Modo IA a chegar ainda este mês.
Segurança reforçada com um toque de IA
O Modo de Proteção Melhorada do Chrome, que utiliza o Gemini Nano para detetar esquemas de suporte técnico, será atualizado para bloquear sites que usam vírus falsos ou ofertas enganosas para iludir os utilizadores. A Google também vai levar a IA ao seu gestor de palavras-passe, com a capacidade de alterar passwords comprometidas com um único clique em sites suportados, como o Spotify, Duolingo, H&M, Coursera, entre outros.
Disponibilidade e um aviso importante
A implementação destas novidades será faseada. Começa nos EUA para Windows e Mac, expandindo-se nas próximas semanas para mais países e para as versões móveis em Android e iOS. No entanto, é crucial lembrar que a IA generativa ainda está em desenvolvimento. A própria Google mantém o aviso no site do chatbot: “O Gemini pode cometer erros, por isso verifique a informação.”

