No recente evento de lançamento dos novos smartphones Pixel 9, o Google não perdeu a oportunidade de direcionar algumas farpas à sua principal concorrente no mercado, a Apple.
Em meio às apresentações dos novos dispositivos e recursos de inteligência artificial (IA), a Google fez comparações que variaram entre sutis e diretas. O principal foco foi exatamente no campo de IA, onde o Google vem se destacando enquanto a Apple ainda está dando seus primeiros passos.
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Gemini vai além dos falantes de inglês
Durante a apresentação do Gemini, a nova plataforma de IA do Google, Sameer Samat, presidente do ecossistema Android, destacou a abrangência global do serviço. Ele mencionou com orgulho que o Gemini está disponível em 45 idiomas e em mais de 200 países e territórios, incluindo dispositivos Android mais antigos e não-premium.
Samat fez questão de enfatizar que “o Gemini está disponível em todo o mundo agora, muito além dos falantes de inglês e de um único mercado.” Essa afirmação pareceu ser uma crítica direta à Apple Intelligence, que será lançada ainda este ano, mas inicialmente estará disponível apenas para falantes de inglês nos Estados Unidos.
Privacidade e segurança: Google critica o uso de IA de terceiros pela Apple
Outro momento de comparação veio quando o Google destacou a capacidade do Gemini de processar tarefas complexas, como a criação de uma biografia a partir de um currículo armazenado no Google Drive, sem a necessidade de transferir dados para terceiros.
Samat ressaltou que “o Gemini pode lidar com esse tipo de consultas pessoais complexas dentro da própria nuvem segura da Google, sem enviar seus dados pessoais para um provedor de IA terceirizado, que pode não ser confiável.”
Essa observação parecia ser uma resposta direta à parceria da Apple com a OpenAI, que integrou o ChatGPT à Siri. Quando a Siri não consegue responder a uma pergunta, ela solicita permissão ao usuário para consultar o ChatGPT, o que, segundo o Google, pode comprometer a privacidade do usuário.
Demonstrações ao vivo: um risco calculado pelo Google
O Google também fez questão de diferenciar seu evento dos da Apple ao destacar que suas demonstrações de IA eram todas realizadas ao vivo. Dave Citron, do Google, subiu ao palco para demonstrar os recursos do Gemini, afirmando audaciosamente: “Todas as demonstrações que estamos fazendo hoje são ao vivo, a propósito.”
Essa decisão, no entanto, teve seus riscos. Em uma das demonstrações, o Gemini precisou de três tentativas para responder a uma solicitação de Citron, que pediu ao assistente para verificar sua agenda após tirar uma foto de um cartaz de show. Embora o incidente tenha mostrado a autenticidade das demonstrações, também revelou as imperfeições que podem ocorrer em um evento ao vivo.
Pixel 9 Pro e Pro XL: sem compromissos, diferente do iPhone 15
Outra alfinetada sutil veio durante a apresentação dos novos Pixel 9 Pro e 9 Pro XL. Brian Rakowski, vice-presidente de gerenciamento de produtos do Google, afirmou que a única diferença entre os dois modelos é o tamanho, garantindo que os usuários podem escolher entre eles “sem compromissos.” Ambos os dispositivos possuem a mesma tela, design, poder de processamento e câmeras.
Essa comparação pareceu ser uma referência direta às diferenças entre o iPhone 15 Pro e o iPhone 15 Pro Max, que apresenta vantagens em relação ao modelo menor, como um zoom óptico de 5x (em comparação com 3x no iPhone 15 Pro) e maior duração de bateria.
Comparação direta: Pixel 9 Pro vs. iPhone 15 Pro Max
Por fim, o Google não se conteve em comparar diretamente a câmera do Pixel 9 Pro com a do iPhone 15 Pro Max. Kenny Sulaimon, do Google, destacou que o modo panorama do Pixel 9 foi reconstruído para incluir o suporte ao Night Sight, melhorando a qualidade das imagens em baixa luminosidade.
Para ilustrar essas melhorias, Sulaimon mostrou uma foto panorâmica dos Tetons à noite, comparando-a imediatamente com uma imagem mais escura e com menos detalhes, tirada por “outra empresa de smartphones”, referindo-se claramente à Apple.
Fonte: The Verge
