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Google lança IA que transforma fotos em vídeos de 8 segundos

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Por Danilo Bezerra – [email protected]
Interface

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O Google anunciou na quinta-feira (10) uma nova funcionalidade de inteligência artificial capaz de transformar fotos em vídeos curtos. O recurso, disponível no aplicativo Gemini AI, permite que usuários com assinatura paga criem vídeos de até oito segundos a partir de uma imagem estática, adicionando movimentos, cenários e efeitos sonoros personalizados.

A novidade, chamada de Veo 3, é acessível apenas para quem possui os planos Google AI Pro (US$ 19,99/mês) ou Ultra (US$ 249,99/mês). A ferramenta representa mais um passo da empresa na disputa tecnológica pela liderança na geração de vídeos com inteligência artificial, em um mercado que já conta com soluções como o Sora, da OpenAI.


Como funciona o novo recurso de vídeo por IA

Para criar um vídeo, o usuário deve selecionar a opção “vídeo” no menu do aplicativo Gemini AI, fazer o upload de uma foto e inserir um prompt com instruções específicas sobre o que deve acontecer na cena. É possível detalhar ações, falas, efeitos sonoros e ambientações.

Por exemplo:

  • Para fotos de pessoas: pode-se indicar movimentos ou falas (“a pessoa sorri e acena”, “ela corre pela floresta”);
  • Para paisagens: o usuário pode sugerir eventos inesperados, como uma nave espacial surgindo no céu ou uma tempestade de areia.

Segundo relatos de usuários, a funcionalidade vem sendo usada para dar vida a fotos antigas, criar cenas de ficção científica ou até montar pequenas narrativas com múltiplas imagens.


IA na geração de vídeos: promessas e riscos

O lançamento acontece em meio à crescente popularização de vídeos gerados por inteligência artificial. Com avanços significativos na qualidade das animações, essas ferramentas despertam tanto entusiasmo quanto preocupações.

A tecnologia utiliza algoritmos treinados com vastos conjuntos de dados — imagens, vídeos, textos e áudios — para compor movimentos e sons com base na foto e nas instruções fornecidas. Ainda que os resultados possam apresentar falhas, como dedos extras ou sobreposições irreais, em muitos casos a semelhança com filmagens reais é surpreendente.

Esse potencial, no entanto, levanta questões éticas e jurídicas. Especialistas alertam para os riscos de desinformação, falsificações (deepfakes) e uso indevido de imagens, especialmente em contextos políticos e publicitários.

Exemplos recentes incluem:

  • Um vídeo falso com celebridades judias reagindo a declarações antissemitas de Ye (nome atual de Kanye West);
  • Uma propaganda política de 2023 que mostrava Donald Trump tropeçando na palavra “anônimo” — segundo ele, um clipe gerado artificialmente.

Direitos autorais em debate

Além dos riscos de manipulação, a explosão de ferramentas de geração de mídia por IA também gerou tensões com artistas, jornalistas e produtores de conteúdo. Críticos acusam empresas como Google e OpenAI de utilizar obras protegidas por direitos autorais no treinamento de seus modelos, sem autorização dos autores.

Esses conflitos já motivaram processos judiciais em diferentes países, com veículos de imprensa e ilustradores buscando proteger suas criações frente ao uso massivo e não autorizado por plataformas tecnológicas.


Um recurso com potencial criativo e desafios legais

A nova funcionalidade do Gemini AI promete revolucionar a criação audiovisual, democratizando o acesso a ferramentas antes restritas a profissionais da animação e do cinema. Com apenas uma imagem e alguns comandos, qualquer usuário pode montar um vídeo curto com aparência realista.

Por outro lado, o uso da tecnologia exige responsabilidade e regulamentação. É necessário garantir transparência no uso de dados, respeito a direitos autorais e mecanismos para combater conteúdos enganosos ou maliciosos.

Foto: outreachpete.com

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Sobre Danilo Bezerra, colunista do Por Dentro do RN

Interface é a coluna onde tecnologia, aviação, sociedade e educação se cruzam. Um espaço para refletir sobre como a inteligência artificial transforma nossas rotas, como as inovações decolam (ou colapsam) no setor público e privado, e como tudo isso impacta a forma como aprendemos, nos movemos e nos conectamos. Aqui, análise crítica e informação qualificada ganham altitude.

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