Lula diz que, “se Deus ajudar”, será o verão com “menos dengue da história”; campanhas contra arboviroses são normalmente lançadas no verão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta 4ª feira (18.set.2024) que o Ministério da Saúde decidiu antecipar a campanha contra a dengue em 2024. O petista disse querer ter, “se Deus ajudar”, o “verão com menos dengue da história”.
“A Nísia [Trindade, ministra da Saúde] está muito preparada e o Ministério a Saúde está se preparando, a gente quer ver se consegue antecipar [as ações] e, se Deus ajudar, a gente quer ter o verão com menos dengue da história dessa país”, disse Lula.
Normalmente, as campanhas contra a dengue e outras arboviroses são lançadas no verão. A estação começa em 21 de dezembro. Mas, com a alta de casos e de mortes por conta da doença, o governo tomou a decisão de adiantar o início da estratégia.
Apesar da declaração do presidente, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, disse que “dificilmente” o Brasil terá o verão com o menor número de casos de dengue na história. “Mas devemos ter isso como meta”, afirmou. Comparou, sem especificar, o cenário da doença com os objetivos de vacinação e de feminicídio zero.
“São metas que temos que colocar no nosso horizonte. Trabalhar para isso. É possível reduzir, sim. Os cenários mudam, de acordo com a questão climática, da circulação dos sorotipos, mas, também, com ação organizada da sociedade”, afirmou.
No início da apresentação, Lula afirmou que o objetivo do governo é tratar da questão a médio prazo.
Nísia apresentou o plano de ação como um “movimento nacional”, que envolverá governo federal, Estados, municípios, sociedade civil e trabalhadores da saúde.
Além da dengue, Nísia também citou doenças como a febre oropouche, zika e chikungunya. “Todas essas mortes são evitáveis, e é com isso que queremos trabalhar”, declarou.
O plano terá um orçamento de R$ 1,5 bilhão e será dividido em 6 eixos:
- prevenção;
- vigilância;
- controle vetorial;
- organização da rede assistencial;
- preparação e resposta às emergências; e
- comunicação e participação comunitária.
Entre as medidas estão a incorporação gradativa da vacina contra a dengue e o aumento do uso de insetos estéreis em aldeias indígenas.
Eis a íntegra da apresentação do Ministério da Saúde (PDF – 3 MB).
Além de Lula e Nísia, também participaram do evento as seguintes autoridades:
- Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secom (Secretaria de Comunicação Social);
- Rivaldo Venâncio, secretário de Vigilância em Saúde e Ambiente;
- Swedenberger Barbosa, secretário-executivo do Ministério da Saúde; e
- Tânia Coelho, vice-presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde da região Nordeste.
O Poder360 transmitiu o evento ao vivo.
Assista:
MORTES POR DENGUE
Em agosto, o Brasil ultrapassou a marca de 5.000 mortos pela doença. Na ocasião, o país contabilizava também 6,4 milhões de casos prováveis.
Este ano marca o mais alto índice da série histórica. Em 2023, o recorde de mortes pela dengue foi de 1.179. Os números mostram uma escalada da doença no país, com São Paulo liderando o ranking, seguido por Minas Gerais, Paraná e Distrito Federal.
Ainda no 1º semestre, o Brasil superou a soma de casos fatais dos últimos 7 anos.
Com o número de casos, este ano atinge novamente o maior patamar da doença neste século. Esse recorde já havia sido quebrado em março.
Também em 2024, o Brasil passou a ser o país com o maior número de casos e mortes por dengue neste ano. Em maio, os casos suspeitos no Brasil correspondiam a 82% do total no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde).