Pela terceira vez, o governo federal pediu mais tempo para concluir a renegociação dos acordos de leniência das empreiteiras envolvidas na Operação Lava-Jato. Em ofício enviado segunda-feira (12) ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Advocacia-Geral da União (AGU) solicitou a prorrogação do prazo por 30 dias. O caso está com o ministro André Mendonça.
Segundo a AGU, a “dificuldade no desfecho formal das renegociações foi influenciada não só pela complexidade técnica das pactuações”, como também por conta da greve dos servidores da Controladoria-Geral da União (CGU).
No fim de junho, a AGU e a CGU comunicaram o ministro do Supremo que as empresas haviam decidido aceitar a proposta do Executivo, mas que ainda havia pendências que precisavam ser discutidas.
Agora, o governo apontou que, apesar do “significativo avanço nas tratativas”, ainda não foi possível concluir todos os cronogramas de pagamentos nem finalizar os termos aditivos aos acordos de leniência.
De acordo com a AGU, os acordos serão apresentados na medida em que forem sendo concluídos. Participam das negociações a Novonor (antiga Odebrecht), Andrade Gutierrez, Braskem, Camargo Correa, Nova Participações (antiga Engevix), Metha (antiga OAS) e UTC Engenharia.
O advogado Marco Aurélio de Carvalho, que representa a Camargo Correa, afirmou que a iniciativa de renegociação é “louvável” e precisa ser aplaudida, mas que não há motivos para comemorar, porque se chegou ao acordo possível, não ao ideal. “As empresas ainda passam por uma série de dificuldades. Mas tivemos uma vontade de encontrar uma equação de conforto”, disse.
A defesa da Novonor não quis se manifestar. O Valor procurou as demais empresas, mas ainda não obteve resposta.