Tesouro Nacional divulgou os dados do resultado primário nominal nesta 5ª feira (5.set); equipe econômica quer deficit zero ao fim do ano
O governo teve deficit primário –que desconsidera as despesas com juros– de R$ 9,28 bilhões em julho de 2024. Houve uma queda real de 75,3% em relação ao rombo do mesmo mês do ano anterior, quando o saldo foi negativo em R$ 35,92 bilhões.
O deficit acumulado no ano soma R$ 77,23 bilhões, ao considerar a inflação. Houve uma queda de 5,2% em relação ao período de janeiro a julho de 2023, quando o resultado foi um deficit de R$ 81,47 bilhões.
O Tesouro Nacional divulgou o resultado nesta 5ª feira (5.set.2024). Eis a íntegra da apresentação (PDF – 815 kB) e do boletim (PDF – 889 kB).
O resultado primário nominal é o saldo entre as receitas e as despesas do governo. O indicador sinaliza a capacidade de investimentos com uma menor necessidade de contração de dívidas. Se o número estiver negativo, significa que houve deficit. Se for positivo, superavit.
O rombo de julho foi puxado especialmente pelo desempenho da Previdência Social. A divisão se deu desta forma:
- Tesouro Nacional – superavit de R$ 13,5 bilhões;
- Banco Central – deficit de R$ 327,00 milhões;
- Previdência Social – deficit de R$ 22,46 bilhões.
A arrecadação federal recorde de R$ 231 bilhões no mês deu fôlego ao resultado primário.
RECEITAS
A receita líquida total do governo e a variação real anual se deu desta forma:
- em julho – R$ 221,48 bilhões (alta de 9,50%);
- acumulado do ano – R$ 1,55 trilhão (alta de 8,60%).
As principais variações no mês foram:
- IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) – aumento de R$ 4,3 bilhões;
- Imposto sobre a Renda – aumento de R$ 8,3 bilhões;
- CSLL (Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido) – aumento de R$ 3,2 bilhões;
- outras receitas Administradas pelo Fisco – redução de R$ 2,4 bilhões;
- dividendos e participações – redução de R$ 1,9 bilhão.
DESPESAS
As despesas primárias totais cresceram em um patamar maior:
- em julho – R$ 192,83 bilhões (queda de 6,00%);
- acumulado do ano – R$ 1,33 trilhão (alta de 13,00%).
As principais variações no mês foram:
- benefícios previdenciários – queda de R$ 21,2 bilhões;
- apoio financeiro a Estados e municípios – redução de R$ 4 bilhões;
- créditos extraordinários – aumento de R$ 3,1 bilhões;
- subsídios, subvenções e Proagro – redução de R$ 2,3 bilhões;
- despesas do Poder Executivo sujeitas à programação financeira – aumento de R$ 9,5 bilhões
META FISCAL
O número apresentado dificulta a missão do governo em cumprir a meta fiscal para 2024. A equipe econômica projeta que as contas fechem 2024 no negativo em R$ 32,6 bilhões.
A meta do governo para o ano é zerar o deficit primário das contas públicas. Na prática, as receitas precisam ser iguais às despesas. Há uma margem de tolerância de R$ 28,8 bilhões em termos nominais.
Para equilibrar as contas do Orçamento, o governo precisa cortar gastos e aumentar a arrecadação. A maioria das ofensivas em 20 meses do 3º mandato de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vieram pelo lado da receita. A estratégia é vista como mais incerta por especialistas, por depender de projeções. A economia das despesas tende a uma precisão maior.
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CORREÇÃO
5.set.2024 (16h03) – diferentemente do que o infográfico do post acima informava, as contas públicas tiveram superavit de R$ 20,58 bilhões em julho de 2022, e não deficit. A arte foi corrigida e o texto foi atualizado.