O governo federal vai incluir as regiões Nordeste e Sudeste, além de Goiás e Tocantins, no plano que propõe cinco rotas para a integração da América do Sul. Estes estados ficaram de fora do desenho inicial do programa e serão o foco de nova fase da iniciativa tocada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento (MPO).
Nas primeiras duas fases do programa, uma comitiva da pasta comanda por Simone Tebet visitou os onze estados brasileiros que têm fronteira no continente, além dos países vizinhos.
A partir deste mês se inicia a “fase três” do plano, em que todas as UFs que continuam de fora serão procuradas pelo Ministério.
“O mais importante das fases ‘um’ e ‘dois’ foi verificar como pode se dar a integração entre o Brasil e os vizinhos. Agora é ver como os estados restantes podem se conectar ao desenho das cinco rotas estabelecidas”, explica em entrevista à CNN o secretário de Articulação Institucional da pasta, João Villaverde.
Para incluir estes estados, o Ministério pretende colocar as ferrovias — modal que ficou em segundo plano até aqui — no mapa das rotas. Uma série de estados seriam adicionados ao desenho somente ao inserir os 2.257 km da Ferrovia Norte-Sul, que vai do Porto de Pequim (MA), ao de Santos (SP), cortando Goiás e Tocantins no caminho.
Também devem ser incluídas as ferrovias Fico, que ligaria Lucas do Rio Verde (MT) a Mara Rosa (GO); Fiol, de Figueirópolis (TO) ao Porto de Ilhéus (BA); e a Transnordestina, de Eliseu Martins (PI) aos portos de Pecém (CE) e Suape (PE).
Diferentemente da Norte-Sul, estes projetos estão em andamento e enfrentam uma série de impasses.
Por esta razão, Villaverde destaca o papel de recém-criada comissão interministerial, com 12 pastas, que abordará o tema. Neste colegiado o MPO espera tratar da integração diretamente com as demais áreas interessadas.
O Ministério dos Transportes e do Meio Ambiente, envolvidos nos projetos ferroviários, por exemplo, fazem parte do grupo.
Antes de começar a mexer no mapa, porém, o Planejamento quer ouvir os estados sobre as melhores soluções para integrá-los ao plano.
“É possível, por exemplo, ir do Porto de Santana (AP), que faz parte do Plano, aos portos de Pecém e Itaqui (MA), em cabotagem. Mas se a melhor maneira é essa ou hidrovia ou rodovia quem vai dizer são os estados”, diz.