O retorno do horário de verão no Brasil está sendo considerado pelo governo, segundo o ministro de Minas e Energia (MME), Alexandre Silveira. Em um evento em São Paulo, o ministro destacou que a medida pode contribuir para a redução do consumo de energia elétrica e o aproveitamento da luz natural, mas ressaltou que a decisão não será tomada de forma precipitada. “O horário de verão é uma possibilidade real, mas precisa ser analisado com cuidado, considerando não apenas o impacto energético, mas também os efeitos econômicos e sociais”, afirmou.
Silveira determinou que o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) e a Secretaria Nacional de Energia Elétrica elaborem um plano de contingência para o verão de 2024/2025, além do planejamento energético para o próximo ano. O ministro enfatizou a importância da economia gerada pela medida, que pode ajudar a diminuir o uso de usinas térmicas nos horários de pico, entre 18h e 21h.
Dados apresentados pelo ministro indicam que o consumo de energia no Brasil atingiu níveis recordes em setembro deste ano, com picos de 105 gigawatts (GW) em um único dia, frente a uma média de 85 GW. A demanda crescente está ligada às altas temperaturas e ao uso intenso de aparelhos de ar-condicionado.
Silveira também reforçou a necessidade de transição para uma economia verde, com foco na sustentabilidade e no combate à desigualdade social, como parte do planejamento energético de longo prazo. A medida, se retomada, deve considerar critérios técnicos, como índices pluviométricos e padrões de consumo.
O horário de verão, que vigorou no Brasil entre 1985 e 2019, foi suspenso pelo governo anterior sob a justificativa de baixa efetividade na economia de energia. A última vez que a medida foi implementada, ela abrangeu os estados do Sul, Sudeste e Centro-Oeste, excluindo as regiões Norte e Nordeste devido às diferenças na luminosidade ao longo do ano. O governo agora avalia, com responsabilidade, a possibilidade de retorno, levando em conta a segurança energética para a população.