
IA corporativa avança em 2026. Foto: Reprodução
Não é preciso muita clarividência para prever a aceleração do uso de IA pelas empresas em 2026. O grande problema é a utilização sem controle. O ChatGPT, principalmente, está sendo usado em massa, inclusive dentro das empresas, sem que a direção saiba o que está se passando. No que é chamado de Shadow IA, ou a IA nas sombras, funcionários podem estar usando a ferramenta para acelerar seu trabalho, o que seria louvável se não trouxesse outras implicações. Eles podem estar usando para redigir melhor uma proposta comercial, para preparar uma planilha de custos, para organizar as ameaças e oportunidades em um SWOT de planejamento, para ajudar a redigir uma patente, para organizar a avaliação de desempenho dos funcionários e o quadro salarial e entregando para uma entidade externa informações estratégicas da empresa que poderão ser usadas indiretamente até por um concorrente. A implantação de uma governança da IA é fundamental sob vários aspectos. É preciso definir quem tem acesso aos dados da empresa em cada área, é preciso controlar os custos de circulação de tokens.
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Quem já lidou com isso sabe que, dependendo dos modelos utilizados, os custos podem ir à estratosfera. Há modelos pequenos, os SLM(Small Language Models) , práticos e baratos para realizar tarefas menores sem os custos das LLM, alguns podendo já rodar até em notebooks e treinados com um conjunto limitado de dados.
Os LLM são projetados para versatilidade máxima, os SLM priorizam eficiência e especialização. A tendência é o uso de vários modelos. Sugere-se usar um modelo para testar a eficiência e ir testando outros modelos para encontrar o mais eficiente e barato. As opções do mercado são inúmeras. Se a direção da empresa não controlar quem está usando o quê, pode ser perigoso e caro.
A proliferação de agentes para executar tarefas autonomamente põe em risco a imagem da empresa nas interações com clientes, embora seja algo muito promissor. Imagina poder resolver problemas a qualquer hora do dia ou da noite ou nos finais de semana. Mas o cuidado é fundamental. Relatórios como o Gartner projetam que 25% das empresas terão agentes de IA em 2025, crescendo para 50% até 2027. A Microsoft estima a existência de 1,3 bilhão de agentes ativos até 2028.
A melhor estratégia para a IA corporativa é começar por um problema pequeno para as pessoas perceberem o que pode ser feito com as ferramentas e começar a organizar a governança. Os administradores podem saber quem está usando bem as ferramentas e o custo.
Aparentemente pode haver a preocupação dos empregados em serem substituídos pela IA como dizem as informações que circulam a respeito e isso provocar certo boicote velado.
Outro problema que começa a circular, inclusive pela imprensa, fala do workslop, isto é, o uso das ferramentas de IA para aparentemente acelerar entregas e poupar tempo, mas relatórios longos, textos aparentemente bem estruturados ou apresentações polidas criam a ilusão de um trabalho bem executado. Na prática, escondem um vazio que obriga colegas a refazer ou melhorar algo que parecia estar pronto. Textos muitas vezes podem ser repassados sem a devida atenção, como delegar a um estagiário digital bem informado a responsabilidade de trabalhos
sem supervisão.
2026 será mais um ano de aceleração da IA corporativa, demandando novos data centers que demandam muita energia. Big techs começam a investir em energia para garantir operação sem problema.
Fora a IA, o movimento mais significativo em 2026 será com os robôs humanoides. Muitos dizem que o “momento ChatGPT” dos robôs já aconteceu em 2025. A velocidade impressiona.
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