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(IA)gora, profe? | A Inteligência Artificial e o desafio do pensamento crítico

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A Inteligência Artificial (IA) já está presente em diversas atividades e momentos do nosso dia a dia, e na educação não podia ser diferente. Desde a pesquisa até a criação de planos de aula mais dinâmicos e inovadores, a tecnologia tem ocupado cada vez mais espaço na vida dos professores, estudantes e da escola em geral. Mas quase ninguém está falando sobre uma questão essencial: será que estamos realmente aproveitando o potencial da IA na educação de forma estratégica, crítica e adequada pedagogicamente? Ou será que estamos apenas observando a onda e colhendo o ônus de usar tecnologia sem intencionalidade educacional, sem propósito e sem a devida reflexão? Hummm… não sei você, mas eu tenho a impressão de que alguma coisa precisa mudar. E rápido!

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Sem intenção, sem resultado

A Inteligência Artificial até pode ser um recurso poderoso para a educação, maaaas se for utilizada com intencionalidade pedagógica. Se não cuidarmos disso, corremos o risco de transformar as escolas em ambientes tecnológicos e vazios. E com quais intenções podemos usar IA? Para criar, para treinar conteúdos difíceis, para melhorar o aprendizado, adaptar o currículo às necessidades dos estudantes, promover um ambiente mais dinâmico, inclusivo e por aí vai. Mas repito: é preciso cuidado para não desumanizar/robotizar a riqueza do processo educativo.

Pensamento Crítico na era da IA

Uma das grandes dificuldades atuais é a superficialidade no debate público sobre IA. As discussões sobre metaverso, avatares, algoritmos e redes neurais ainda são restritas. E pra ser bem realista, tem muita gente que ainda nem experimentou usar IA e muita gente que conhece tão pouco, que mal sabe fazer um bom prompt para obter um bom resultado. Isso sem contar as pessoas que espalham desinformação e “tocam o terror” quando o assunto é tecnologia. Por isso, quando me refiro à superficialidade do debate, é desse entendimento frágil que estou falando. E no que isso resulta? No medo. Afinal, sem o conhecimento adequado, é normal ter medo. Medo de ser substituído pelo robô, medo de não saber validar se o que ele entrega é real, medo de que os estudantes viciem em consultar IA para tudo e tantos outros que seria impossível listar aqui. Mas precisamos superar essa etapa e partir para a seguinte: preparar os estudantes para mundo real. E gostem ou não, o mundo real é digital.

Preparando alunos para o mundo digital

Para superar o medo que os alunos sejam, de fato, protagonistas no uso das tecnologias digitais, é fundamental estimular o pensamento crítico. Se não sabemos o que é a IA, como ela funciona e como podemos usar esses recursos de maneira responsável, é quase certo que seremos reféns das máquinas.

Recentemente a Unesco mencionou em uma de suas publicações, os 3 Pilares da Educação para a IA:

  • Educar com a IA: Utilizar a IA no processo educativo, não como uma ferramenta isolada, mas como uma parceira da aprendizagem, os resultados acadêmicos.
  • Educar para a IA: Preparar os alunos para entender a IA, seus impactos sociais e as questões éticas envolvidas. Isso inclui ensinar como interagir com a tecnologia de forma responsável, crítica e reflexiva.
  • Educar sobre a IA: Fomentar a compreensão dos algoritmos que regem os sistemas de IA, permitindo que os estudantes questionem e analisem as decisões tomadas pelas máquinas, desenvolvendo uma postura crítica frente à tecnologia.

A partir da prática desses pilares, perceberemos que a IA não é uma ameaça, mas sim uma ferramenta que pode ajudar a educação, facilitar conteúdos, inclusão e aprendizado. Porém, como qualquer outra ferramenta, ela precisa ser usada com consciência.

Para concluir

Adotar uma postura crítica frente à tecnologia é FUNDAMENTAL! Ao invés de ver a IA como uma ameaça, precisamos enxergá-la como uma aliada na construção de uma educação mais inovadora, ética e humana.

Cabe a nós, educadores, alunos, pais e gestores, tomarmos as rédeas dessa transformação, explorando o potencial da tecnologia sem perder de vista o objetivo final: formar cidadãos críticos, éticos e preparados para um mundo cada vez mais digital, ou…você já deve imagina como terminará essa história, né? Mas essa parte fica para a nossa próxima conversa. Afinal, até aqui já tem bastante elementos para a sua reflexão. “IAgora”, profe? Vai ficar aí parado(a)?

Ana Gabriela Simões Borges é doutora em educação e pesquisadora sobre tecnologias e cultura digital.

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