Imagens do objeto interestalar 3I/Atlas mostram que sua cabeleira (ou coma) —nuvem de gás e poeira em volta do núcleo— bem como sua cauda cresceram. Isso indica que o cometa se tornou mais ativo enquanto viaja pelo Sistema Solar.
Os registros foram feitos em 3 de setembro pelo telescópio Gemini South localizado na montanha de Cerro Pachón, no Chile, durante um programa que visava aproximar a ciência da sociedade. O telescópio faz parte do Observatório Internacional Gemini, operado pelo Laboratório Nacional de Pesquisa em Astronomia Óptica e Infravermelha da Fundação Nacional de Ciência dos Estados Unidos (NSF NOIRLab).
Os pesquisadores buscavam observar as cores do 3I/Atlas, visto pela primeira vez em julho deste ano pelo sistema Atlas (Sistema de Alerta Final para Impacto Terrestre de Asteroides). Mas também puderam notar o crescimento da cauda, o que sugere uma mudança nas partículas em comparação com imagens anteriores obtidas pelo Gemini.
O cometa representa a terceira vez que astrônomos detectaram um objeto de fora do Sistema Solar passando por dentro dele.
As novas observações sugerem que o gelo do núcleo e a poeira do 3I/Atlas tem muitas similaridades com os cometas nativos do Sistema Solar, o que fornece pistas da formação de sistemas planetários ao redor de outras estrelas.
O 3I/Atlas viaja em uma órbita hiperbólica, ou seja, em curva, e no fim sairá do Sistema Solar. Sua breve passagem é uma oportunidade única para astrônomos estudarem material formado em estrelas distantes.
“Isso [a imagem] nos lembra que nosso Sistema Solar é apenas uma parte de uma vasta e dinâmica galáxia e que mesmo o mais fugaz visitante pode deixar um impacto duradouro”, afirma a astrônoma da Universidade do Havaí Karen Meech, que liderou o programa de integração entre ciência e sociedade.
A iniciativa convidou, por exemplo, estudantes da Universidade do Havaí para, por meio de uma videochamada, conhecer a sala de controle do telescópio Gemini South.
O 3I/Atlas tem chamado a atenção —inclusive de famosos, como Kim Kardashian— e reacendido teorias conspiratórias. O astrofísico Avi Loeb, de Harvard, levantou a pergunta se o objeto não seria enviado por alienígenas para espionar a Terra. O administrador interino da Nasa, Sean Duffy, porém, destacou que não havia motivo para alarme. “Sem alienígenas. Sem ameaça à vida aqui na Terra”, disse no X.

