Inteligência Artificial: a nova fronteira na luta contra ataques cibernéticos

Frederico Andrade

A cibersegurança tem sido uma preocupação das corporações há décadas, com números crescentes de ataques em larga escala, realizados por verdadeiras máfias digitais. Segundo a consultoria Statista Marketing Insights, os cursos globais decorrentes de ataques cibernéticos chegarão a US$ 9,2 bilhões até o fim de 2024 – e a surpreendentes US$ 13,8 bilhões em 2028. E nesse cenário hostil, a Inteligência Artificial, cujo uso tem se popularizado em vários setores de atividade nos últimos dois anos, surge como recurso para adicionar novas e inéditas camadas de resiliência cibernética.

Um dos modos pelos quais a Inteligência Artificial propicia essa segurança é a identificação e análise de padrões. As IAs são programadas para identificar comportamentos “seguros” e “mal-intencionados”, comparando os comportamentos dos usuários em diversos ambientes. Esse processo, geralmente chamado de “aprendizado não supervisionado”, faz com que o sistema crie padrões sem supervisão humana.

Sistemas mais sofisticados, no entanto, descobrem comportamentos maliciosos pela tecnologia de Deep Learning. Inspirada na estrutura biológica e na função dos neurônios no cérebro, essa técnica é baseada em redes grandes e interconectadas de neurônios artificiais. Eles são organizados em camadas e conectados em conjuntos que se adaptam em razão dos dados recebidos. Esse nível de sofisticação permite computar e analisar grandes conjuntos de dados, emulando a detecção de ameaças.

Fazem parte dessas habilidades a capacidade de automação, triagem, agregação e classificação de alertas. Em termos práticos, como isso se dá? Vamos às aplicações principais:

Detecção e previsão de ameaças: em razão de sua capacidade de análise de enormes volumes de dados, a Inteligência Artificial é capaz de aprender com comportamentos detectados anteriormente. Assim, ela pode prever e detectar de forma autônoma ameaças emergentes.

Contextualização e conclusão do comportamento: A IA pode chegar a conclusões ao agregar à sua análise em andamento dados contextuais em tempo real. Isso ajuda a identificar e entender eventos como ataques cibernéticos no momento em que ocorrem.

Estratégias de correção: Ao detectar possíveis ataques, a IA é capaz de sugerir estratégias de correção para atenuar as ameaças – ou mesmo identificar possíveis vulnerabilidades de segurança.

Automação e aumento: Tarefas de segurança cibernética podem ser automatizadas pela IA, como a agregação, classificação e a resposta a alertas. Isso libera tempo aos analistas, que podem se concentrar em ações de maior complexidade.

Como podemos entender por essa breve descrição, a Inteligência Artificial oferece às organizações uma solução abrangente para o fortalecimento de defesas de segurança cibernética. Ao aproveitar algoritmos avançados de Deep Learning, a IA pode aprimorar a detecção de ameaças, automatizar processos e fornecer proteção contínua. Mas antes de contratar uma solução de IA para essa finalidade, é necessário realizar uma “anamnese” de todos os processos de uma empresa, para identificar com propriedade processos e áreas em que ela pode ser implementada com sucesso – e também para entender qual solução de IA é a mais adequada. Com esses cuidados, a Inteligência  Artificial se torna uma ferramenta importante para combater com eficácia o cenário em evolução das ameaças cibernéticas e proteger seus ativos digitais.

Frederico Andrade, Fundador e CEO da Indigo Hive.

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