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Inteligência artificial e o futuro

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Ainda não temos a exata medida da revolução trazida pela inteligência artificial (IA). O que se sabe até agora vem de previsões, a maioria repleta de interrogações e de sinais de mau agouro sobre essa nova tecnologia. De fato, o século 21 parece que será moldado pela IA em múltiplos aspectos. Cientistas respeitados, como o físico britânico Stephen Hawking, alertam para o perigo que a humanidade enfrentará caso a IA venha a adquirir vontade própria aliada a uma competência extrema e sobre-humana capaz, segundo ele, de representar uma ameaça à própria existência humana sobre o planeta.

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Em sua obra póstuma Brief answers to the big questions, Hawking previu que a aprimoração da IA pode levar a humanidade a ser simplesmente ignorada e mesmo colocada em segundo plano, sendo então descartada como uma espécie superada. O fato é que a IA colocou o homem numa espécie de encruzilhada decisiva entre a salvação e a destruição. A questão é como estabelecer uma espécie de regulação ética e desenvolvimento responsável para a IA quando se sabe que a espécie humana é guiada por desejos — um deles o desejo pelo poder e pela dominação.

Desse modo, estaríamos numa encruzilhada do tipo dialética, alimentando uma tecnologia que, no futuro, irá simplesmente nos destruir sem remorsos, sem choro nem vela. Talvez, estejamos inventando um novo tipo de pólvora ou bomba atômica que, mais cedo ou mais tarde, irá explodir a todos. Nas últimas quatro décadas, Peter Diamandis, empresário, médico e engenheiro, fundador da X Prize Foundation e da Singularity University, vem tentando entender que tecnologias vão moldar este século. Segundo ele, em pouco mais de uma década, o mundo tal qual o conhecemos hoje será totalmente irreconhecível. A principal ferramenta responsável por essa mudança será justamente a IA.

Neste mês, Peter Diamandis estará presente no Rio Innovation Week (RIW) falando sobre esse tema. Ao contrário de Hawking, ele  é um otimista em relação ao futuro com a ajuda da IA. O que temos em mãos é que a  IA, como toda grande revolução tecnológica da história, é ambivalente. Pode ser instrumento de dominação ou de libertação, dependendo de como a humanidade escolher usá-la.

Vejamos algumas das possibilidades concretas e positivas que a IA já começou a trazer. A medicina personalizada e cura de doenças é uma dessas esperanças. A IA está revolucionando a medicina com diagnósticos precoces mais precisos do que os realizados por médicos, detectando câncer, doenças neurodegenerativas e patologias raras com maior exatidão. Com o avanço de tecnologias como o machine learning, será possível desenvolver terapias personalizadas, criadas para o perfil genético de cada paciente, e prever surtos epidêmicos antes mesmo de se alastrarem. 

Na educação, em vez de um modelo de ensino industrial, que trata todos os alunos como iguais, a IA permitirá a criação de ambientes educacionais altamente personalizados, que se adaptam ao ritmo, estilo de aprendizagem e interesses de cada estudante. Isso pode levar à inclusão de populações tradicionalmente marginalizadas, como adultos analfabetos, pessoas com deficiência e comunidades remotas. 

Também na redução drástica da pobreza, há esperanças. Se associada a políticas públicas inteligentes, a IA pode significar maior acesso a bens, serviços e oportunidades e uma redistribuição mais justa da riqueza produzida, abrindo caminho para a redução da pobreza extrema em muitas regiões do mundo.

Na proteção ao meio ambiente, pode ser utilizada para prever desastres naturais com mais antecedência, otimizar o uso de recursos naturais, monitorar ecossistemas ameaçados e desenvolver novas formas de energia limpa. Algoritmos estão sendo usados para combater o desmatamento na Amazônia e para analisar os impactos das mudanças climáticas em tempo real.

Na governança inteligente, poderá ser responsável por tornar a gestão pública mais eficiente, transparente e orientada por dados reais. A corrupção poderá ser reduzida com sistemas de auditoria automatizados, e o planejamento urbano, a saúde pública e a segurança poderão ser otimizados com base em análises profundas e imparciais. 

No entanto, nada disso será alcançado caso a IA venha a cair em mãos erradas. Algoritmos enviesados podem reforçar injustiças; sistemas autônomos de armas já estão sendo testados em zonas de conflito; e há o risco de concentração de poder nas mãos de poucas corporações ou Estados que dominem essa tecnologia. Por isso, mais do que discutir se devemos parar ou avançar, o centro da questão está no “como avançar”.

Ética, regulação internacional, educação pública sobre tecnologia e a formação de uma consciência coletiva global são elementos indispensáveis para garantir que a IA seja uma ferramenta de emancipação, e não de escravidão digital. Assim como aconteceu com as conquistas do fogo, da eletricidade e da energia nuclear, a IA é uma ferramenta. Não é boa nem má em si mesma. Tudo dependerá daquilo que faremos com ela. A pergunta que fica é: seremos capazes de guiar essa revolução com sabedoria ou seremos guiados por ela rumo à obsolescência? A resposta, por ora, ainda está em nossas mãos.

A frase que foi pronunciada:

“Estude o passado se quiser adivinhar o futuro.”

Confúcio – História de Brasília

De qualquer forma, é, ainda, a cidade quem paga por tudo isso. O projeto de isenção de imposto de renda para lucros imobiliários, o código tributário e outras proposições da Câmara (Publicada em 8/5/1962)

 


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