“O que Donald Trump está a fazer é inédito e altamente antiético, é como se houvesse um sinal de ‘à venda’ na Casa Branca.” Em declarações ao Expresso, o alerta de John E. Jones, presidente do Dickinson College e antigo juiz distrital da Pensilvânia, diz respeito à tendência crescente de acumulação de de conflitos de interesses na nova administração dos Estados Unidos.
Há uma semana, o Presidente jantou com os principais compradores da sua Memecoin, conta o jornal “The Washington Post”. O evento com requintes de gala terá ultrapassado uma linha vermelha, ao não respeitar as restrições legais que tradicionalmente os presidentes dos Estados Unidos cumpriam: os investidores das suas campanhas divulgavam os donativos feitos a candidatos ou a comités políticos.
Vários politólogos têm acusado Trump de lucrar, a título pessoal, com a Presidência. A sua família tem beneficiado do negócio das criptomoedas (quando as pessoas, de identidade desconhecida, e não divulgada, compram a sua Memecoin), mas esse é um exemplo entre vários. Ao que apurou “The Washington Post”, mais de 300 milhões de dólares (266 milhões de euros) terão sido encaixados pela família e empresas de Trump desde que a criptomoeda foi lançada, em janeiro. Após o anúncio do jantar, no mês passado, o ritmo de arrecadação de receitas aumentou.