A Polícia Judiciária está a desmontar uma burla com criptomoeda que vitimou pelo menos 1500 pessoas. E, embora a grande maioria dos burlados sejam estrangeiros aliciados por anúncios online, existem várias queixas de portugueses da zona da Guarda que também caíram neste esquema.
“Em causa está um modus operandi envolvendo a utilização de métodos fraudulentos de investimento em carteiras de criptoactivos”, descreve o departamento de investigação criminal da Guarda em comunicado, que conseguiu, nesta fase, identificar quatro mil operações de dissipação de fundos, associadas a oito das contas bancárias, num valor total estimado em cerca de 1,5 milhões de euros. Falta no entanto apurar os montantes envolvidos nas restantes contas, que poderão ascender a vários milhões.
Depois de terem sido convencidas a investir as suas poupanças, e muitas vezes terem convencido amigos a fazerem o mesmo, as vítimas iam sendo informadas dos supostos lucros que iam tendo – embora raramente voltassem a ver a cor do dinheiro. A dois portugueses envolvidos no esquema e detidos esta semana no Porto e em Braga, cabia esconder em contas bancárias nacionais o dinheiro entregue pelas pessoas enganadas. Estes dois homens, de 26 e 42 anos, trabalhavam remotamente para empresas tecnológicas internacionais, dedicando-se à criminalidade nas horas vagas. Já em Junho, tinha sido detido um outro cúmplice seu em Foz Côa, este de nacionalidade estrangeira, pela Judiciária. A maioria das vítimas é europeia, mas também foram enganados investidores norte-americanos.
Os suspeitos também recorriam a outros esquemas, como as burlas Mbway e as operações bancárias fraudulentas, mas em menor escala.

