Lula não explicou, no entanto, quais seriam as diferenças entre os conceitos, mas defendeu diálogo com Maduro. “Eu acho que houve uma precipitação na punição e no julgamento das coisas [sobre a eleição]. Eu disse na França ao [presidente Emmanuel] Macron, ao [chanceler] Olaf Scholz, na Alemanha: ‘vocês não poderiam, de pronto, condenar o cara, vamos abrir o diálogo'”, afirmou.
Ele contou ainda que o ex-chanceler Celso Amorim, seu assessor especial, quase foi impedido de acompanhar o pleito em Caracas. “Eu fui informado que eles [governo Maduro] tinham pedido para o Celso Amorim não ir para a Venezuela. Eu mandei comunicar a eles que se o Celso Amorim não pudesse ir, eu comunicava a imprensa que a Venezuela estava impedindo o Celso Amorim. Ai deixaram o Celso Amorim ir”, contou Lula.
Não reconhece resultado
“Só posso reconhecer se foi democrática se eles botarem a prova de que houve uma eleição”, reforçou Lula. Na última quinta (15), ele já havia dito que só deve endossar o aliado após a divulgação das atas eleitorais.
Maduro anunciou sucesso na reeleição após um resultado controverso, contestado pela oposição e pela ONU (Organização das Nações Unidas). O ditador venezuelano demorou para divulgar as atas eleitorais, entregues ao TSJ (Tribunal Supremo de Justiça) do país, por alegar hackeamento do sistema durante a apuração.
A oposição logo diz: ‘eu ganhei’, e o Maduro logo diz: ‘eu ganhei’. Mas ninguém tem prova. A oposição tem que mostrar as atas para mostrar o resultado. Eles disseram que tiveram 60% do resultado, Maduro disse que teve 61%. Então mostra.
Lula, sobre eleições na Venezuela