Nesta quinta-feira (3/4), a Secretaria de Governo Digital do Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos (MGI) participou, em Brasília, do seminário Huawei Government Circle 2025, onde apresentou a estrutura e as iniciativas do governo digital brasileiro. O evento voltado para gestores públicos busca estreitar a parceria da empresa chinesa com instituições de governo para a implementação de bancos de dados públicos em nuvens seguras, integradas e soberanas.
O secretário de governo digital, Rogério Mascarenhas, foi o primeiro palestrante do evento e apresentou os cinco pilares do governo digital brasileiro: Identificação dos cidadãos por meio da Carteira de Identidade Nacional; a plataforma de serviços GOV.BR, integração federativa, privacidade e segurança e a Infraestrutura Nacional de Dados (IND). Esse último pilar é onde entra a parceria com empresas de tecnologia.
Segundo o secretário do MGI, o compartilhamento das informações públicas por meio da IND e do programa ConectaGOV.BR deve resultar em serviços públicos mais eficientes e personalizados. “A Infraestrutura Nacional de Dados é o que permite a criação daquilo que o presidente da República chamou de “banco de dados do Brasil. A experiência de uso dos serviços e plataformas do governo tem que dar a impressão para o cidadão de que ele tem um governo só para ele”, explicou Rogério.
Ele foi além e comentou sobre o potencial dessa ideia: “No futuro, o Estado brasileiro vai poder acompanhar a jornada de vida de cada cidadão, ofertando os serviços públicos certos para cada um no momento adequado”. Mas para implementar isso é necessária uma infraestrutura de data centers e nuvens que guardem e disponibilizem os dados públicos. Antigamente cada instituição pública contratava serviços privados para hospedar suas informações, sem total controle sobre dados privados ou estratégicos e sem comunicação com outras nuvens de dados.
Por isso, o MGI começou a estabelecer parcerias com duas empresas públicas – Serpro e Dataprev – e várias empresas de tecnologia nacionais e internacionais. “A gente não podia perder a eficiência e as facilidades das nuvens, mas precisávamos proteger melhor dados sensíveis ou restritos e ter essas informações estratégicas hospedadas fisicamente em solo nacional”, detalha Rogério, traduzindo o conceito da chamada nuvem soberana.
Nesse momento, a Huawei foi a primeira empresa privada a firmar parceria com o governo brasileiro, fornecendo serviços e até transferência de tecnologia às empresas públicas, que, por sua vez, disponibilizam o serviço de armazenamento seguro de dados aos órgãos da administração federal. Posteriormente, outras big techs também se tornaram parceiras, como Google, Microsoft, Oracle e AWS.
Inteligência Artificial
O secretário de governo digital do MGI encerrou sua participação no evento apresentando o Plano Brasileiro de Inteligência Artificial (PBIA), outro tema de destaque no seminário. O PBIA procura implementar ações e projetos ligados ao uso de IA no governo federal e é uma parceria entre diversos órgãos públicos, como ministérios, universidades, escolas de governo e empresas públicas de tecnologia.
O principal objetivo do Ministério da Gestão no PBIA é fomentar o uso dessa tecnologia para a melhoria dos serviços públicos. Dessa forma, o MGI criou um núcleo de IA para mapear e dar suporte a projetos de IA de outros órgãos, desenvolver plataformas de inteligência artificial de governo e capacitar servidores públicos no uso dessas ferramentas. “Hoje, são mais de 100 projetos, a maior parte deles focados na automação de processos de trabalho e machine learning para análise de dados”, finalizou Rogério Mascarenhas.