Alexandre Silveira (Minas e Energia) declarou que não faz mais sentido debater custo-benefício da obra, mas sim a sua conclusão
O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, disse nesta 3ª feira (13.ago.2024) que não faz sentido discutir o custo-beneficio da conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3. Segundo ele, a instalação faz parte de um projeto de Estado e que a decisão de concluir a usina “já foi tomada lá atrás”.
Em participação na Comissão de Minas e Energia da Câmara dos Deputados, Silveira declarou que vai apresentar ao CNPE (Conselho Nacional de Política Energética) um planejamento de conclusão das obras de Angra 3. O conselho é composto por 16 ministros do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Não tem que se discutir o custo-beneficio de Angra 3”, disse Silveira. “Vou levar ao CNPE a continuidade das obras de Angra 3. Não vamos carregar esse mausoléu para servir de visitação, enxergando aquilo como um fracasso de gestão do governo brasileiro”.
Silveira declarou que embora a Eletrobras –privatizada em 2021– tem obrigação de realizar investimentos em Angra 3, mas que a empresa já sinalizou que não tem interesse em continuar o projeto. Com esse impasse, a Eletronuclear, empresa responsável pela usina, entrou na mesa de negociações do governo com a Eletrobras sobre a proporcionalidade de assentos no Conselho de Administração e pode passar para as mãos de Silveira.
O ministro confirmou que a proposta está na mesa, mas declarou que a Eletronuclear precisará ser reformulada. No entendimento de Silveira, a companhia se tornou um “problema”.
“A Eletronuclear virou uma empresa problema para o país. Não é uma empresa saneada, dinâmica, enxuta e eficiente. Vamos ter que achar uma solução para a Eletronuclear”, disse Silveira.