A promessa de planejar uma viagem inteira com poucos cliques é tentadora, mas pode custar caro.
Um casal de influenciadores digitais descobriu isso da pior maneira ao ter a viagem para Porto Rico cancelada.
O motivo? Confiaram no ChatGPT, que informou erroneamente sobre a necessidade de visto, e acabaram barrados no aeroporto, perdendo tempo e dinheiro.
O caso, que viralizou nas redes sociais, serve de alerta. Ferramentas de inteligência artificial são úteis para buscar inspiração de roteiros ou atividades, mas não substituem a verificação cuidadosa de informações críticas.
@merycaldass si hay una revolución de las IAs voy a ser la primera 4niquil-hada🧚♀️
Requisitos de entrada, regras sanitárias e documentos são detalhes que mudam constantemente e exigem consulta a fontes seguras para evitar que as férias dos sonhos se transformem em um pesadelo logístico.
Como verificar informações de viagem com segurança
Planejar uma viagem envolve mais do que comprar passagens e reservar hotéis. A burocracia pode parecer chata, mas ignorá-la é o caminho mais curto para problemas.
Para garantir que tudo corra bem, siga um processo de checagem que elimina qualquer margem para erro.
Abaixo, listamos sete passos fundamentais para organizar sua documentação sem depender de informações duvidosas.
1. Consulte sempre as fontes oficiais
A regra de ouro do planejamento de viagens é ir direto à fonte. Para informações sobre vistos, passaportes e regras de entrada, os sites de embaixadas e consulados do país de destino são os únicos canais 100% confiáveis.
Eles mantêm as informações atualizadas sobre qualquer mudança na legislação para turistas.
Para brasileiros viajando ao exterior, o Portal Consular do Itamaraty também oferece orientações valiosas e alertas sobre destinos específicos.
Desconfie de blogs ou vídeos que não citem essas fontes primárias. Uma informação que era válida há seis meses pode não ser mais hoje.
2. Verifique os requisitos de visto com antecedência
A necessidade de visto varia drasticamente conforme a sua nacionalidade e o destino. O erro do casal que ia para Porto Rico foi não entender que, por ser um território dos Estados Unidos, as regras de imigração americanas se aplicam.
A checagem deve ser feita com meses de antecedência, pois alguns processos de solicitação de visto são demorados.
Use os sites consulares para confirmar se você precisa de visto, qual o tipo adequado para sua viagem (turismo, negócios, trânsito) e quais são os documentos necessários.
Lembre-se que mesmo países que não exigem visto podem ter outras regras, como a comprovação de renda ou passagem de volta.
3. Cheque as exigências de saúde e vacinas
A documentação de viagem vai além do passaporte. Muitos países exigem o Certificado Internacional de Vacinação ou Profilaxia (CIVP), principalmente contra a febre amarela.
A consulta deve ser feita no portal da Anvisa ou na Organização Mundial da Saúde (OMS), que lista as exigências por país.
Além das vacinas obrigatórias, verifique as recomendadas para a região que você visitará. Doenças como malária ou dengue podem exigir cuidados preventivos.
Ter um seguro de viagem com cobertura de saúde internacional também é uma camada extra de segurança fundamental.
4. Use a IA como ponto de partida, não como resposta final
A inteligência artificial pode ser uma excelente ferramenta para o início do planejamento. Peça sugestões de roteiros, listas de restaurantes ou curiosidades sobre um destino.
Use-a para ter ideias e organizar seus interesses. Contudo, nunca a utilize para questões que podem impedir sua entrada em um país.
Modelos de linguagem como o ChatGPT podem “alucinar”, ou seja, inventar informações com aparência de verdade.
Para dados sobre vistos, validade de passaporte e regras alfandegárias, a margem de erro precisa ser zero. A IA é sua assistente de inspiração, não sua agente de imigração.
5. Confirme a validade de todos os documentos
Um erro comum é olhar apenas a data de expiração do passaporte. Muitos países exigem que o documento tenha validade de, no mínimo, seis meses a partir da data de entrada.
Se o seu passaporte vence em cinco meses, você pode ser barrado no embarque mesmo que a viagem dure apenas uma semana.
Essa regra de validade estendida também pode se aplicar a outros documentos, como a carteira de motorista, caso pretenda alugar um carro.
Verifique também se precisa de uma Permissão Internacional para Dirigir (PID), que pode ser solicitada no Detran do seu estado.
6. Salve e imprima as informações importantes
No mundo digital, é fácil confiar que tudo estará acessível no celular. No entanto, ficar sem bateria, sem sinal de internet ou ter um aparelho perdido ou roubado pode criar uma enorme dor de cabeça.
Por isso, a boa e velha pasta com documentos impressos ainda é a melhor amiga do viajante precavido.
Tenha cópias físicas das reservas de hotéis, passagens aéreas, apólice do seguro viagem e, principalmente, da confirmação do visto, se aplicável.
Salve também versões digitais em um serviço de nuvem ou no seu e-mail. A redundância aqui é uma forma de prevenção.
7. Converse com outros viajantes, mas com um filtro
Fóruns online e grupos em redes sociais são ótimos para pegar dicas práticas de quem já esteve no seu destino.
Viajantes experientes podem compartilhar informações sobre a melhor forma de usar o transporte público, bairros para se hospedar ou a cotação do câmbio local. Aproveite essa sabedoria coletiva.
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Contudo, trate essas informações como secundárias. A experiência de uma pessoa pode não ser a regra geral.
Use esses canais para refinar seu roteiro, mas nunca para confirmar dados oficiais. A informação sobre visto que funcionou para um viajante europeu, por exemplo, provavelmente não se aplicará a um brasileiro.
