A Nvidia gastou 20 bilhões de dólares para adquirir a Groq, uma startup de inteligência artificial que vem corroendo o domínio da Nvidia em uma parte crucial do mercado de IA, informou um relatório da CNBC na quarta-feira.
É o maior acordo da fabricante de chips e transmite uma mensagem clara: a Nvidia quer controlar não apenas como os modelos de IA são treinados, mas como eles realmente são usados por clientes e empresas.
A medida é uma ousada consolidação em um mercado cada vez mais saturado de chips de IA, que pode transformar a forma como as empresas compram e implantam inteligência artificial.
O que o Groq faz e por que a Nvidia precisa dele
Aqui está a versão simples: a Nvidia dominou o mercado de treinamento de modelos de IA, essa é a parte cara e pesada em computação, onde você ensina um sistema de IA a fazer algo útil.
A especialidade do Groq é diferente. Ele foca em inferência, que basicamente é rodar aquela IA treinada em tempo real.
Pense assim: a Nvidia construiu a cozinha onde a IA é cozida; Groq construiu o restaurante onde ele é servido aos clientes.
A proposta de Groq é convincente. Seus chips rodam cargas de IA cerca de quatro vezes mais rápidas que as GPUs Nvidia, consumindo muito menos energia e custando muito menos para operar.
Isso importa enormemente em grande escala. Uma empresa que executa milhões de pedidos de clientes por sistemas semelhantes ao ChatGPT todos os dias adoraria uma forma mais barata e rápida de fazer isso.
Groq já provou que isso funciona; já conta com mais de um milhão de desenvolvedores usando sua plataforma GroqCloud, e grandes clientes, incluindo a Meta, já estão rodando cargas de inferência em seu hardware.
A startup levantou 750 milhões de dólares há apenas três meses com uma avaliação de 6,9 bilhões, então o preço de 20 bilhões mostra o quanto a Nvidia queria bloquear isso.
O que essa consolidação significa
A Nvidia acabou de ficar maior e mais monopolista. A empresa já controla cerca de 90% do mercado de chips de treinamento de IA.
Agora está adicionando uma alternativa de inferência crível e incorporando a tecnologia da Groq ao seu ecossistema.
Isso é poderoso porque os clientes muitas vezes preferem comprar de um único fornecedor em vez de costurar peças de vários fornecedores.
É mais simples, mais barato de suportar, e a Nvidia já provou que sabe jogar esse jogo.
Mas a consolidação tem um lado negativo. A Comissão Federal de Comércio já está monitorando a Nvidia de perto.
Comprar a Groq pode gerar preocupações antitruste em um momento em que Washington está analisando as grandes empresas de tecnologia com mais rigor do que nunca.
Os reguladores quase certamente vão analisar de perto se esse acordo reduz a escolha para clientes como Amazon, Google e Microsoft, que estão desesperados para diminuir sua dependência da Nvidia de qualquer forma.
Para outras startups de chips de IA, isso é um aviso. Empresas como Cerebras, SambaNova e Graphcore apostavam que poderiam desafiar a Nvidia em nichos específicos.
Agora a mensagem da Nvidia é clara: vamos comprar as melhores ameaças e eliminar o restante.
