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O que esperar da dogecoin após o lançamento do ETF ‘DOJE’ | Criptomoedas

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Está previsto para a semana que vem o lançamento do primeiro fundo negociado em bolsa (ETF) da criptomoeda dogecoin (DOGE). O momento histórico em que investidores poderão comprar e vender a primeira memecoin em Wall Street traz consigo bastante expectativa pelo que pode acontecer com a criptomoeda.

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Inicialmente previsto para esta quinta-feira (11), o lançamento foi adiado e deve ocorrer na próxima quinta-feira (18), segundo informou o analista da “Bloomberg”, Eric Balchunas. O produto, desenvolvido pelas gestoras REX Shares e Osprey Funds, será negociado sob o ticker “DOJE”.

A estreia é aguardada por investidores atentos ao desempenho da Dogecoin, criptomoeda criada como uma piada em 2013, mas que hoje ostenta um valor de mercado de aproximadamente US$ 37 bilhões.

Para Valter Rebelo, analista de criptoativos da Empiricus, a criação de um ETF de Dogecoin tende a ampliar a demanda pelo ativo, mas também pode abrir espaço para novas fragilidades. “Já há empresas que consideram formar tesourarias em dogecoin, como acontece com o bitcoin (BTC). No entanto, muitas dessas companhias não geram caixa suficiente e acabam recorrendo à alavancagem. Em cenários macroeconômicos adversos, com juros em alta e inflação crescente, esse modelo pode ser rapidamente desalavancado”, afirma.

Na visão de Rebelo, a iniciativa certamente atrai investidores em busca de diversificação, mas seu alcance ainda é incerto. “Há milhares de memecoins no mercado. O apetite do investidor tradicional para esses ativos é limitado e deve se concentrar em poucos nomes”, completa.

Comunidade como diferencial

Paulo Aragão, apresentador do podcast Giro Bitcoin, lembra que as gestoras responsáveis já haviam lançado um ETF de solana (SOL), que recebeu fluxo relevante nas primeiras semanas. Ele ressalva, no entanto, que os volumes negociados ficaram muito abaixo do registrado por fundos de bitcoin e ether (ETH).

“O caso da Dogecoin é particular. Apesar de ter nascido como meme, a moeda construiu uma comunidade extremamente engajada e com forte presença na cultura digital. A dúvida é se esse engajamento se traduzirá em demanda real e consistente no mercado institucional, que costuma ser mais criterioso”, avalia.

Aragão espera uma entrada de recursos significativa no início, impulsionada pelo efeito novidade. Mas pondera que, diferentemente da solana, que possui casos de uso claros, como staking e aplicações em blockchain, a DOGE dependerá fundamentalmente da mobilização da comunidade.

Outro ponto de atenção é a estrutura jurídica do novo produto. André Franco, CEO da Boost Research, observa que o ETF não seguiu a rota mais tradicional para listagem, baseada no Securities Act de 1933, mas utilizou a estrutura do Investment Company Act de 1940.

“Esse caminho, menos usual, traz algumas restrições. É fundamental acompanhar a demanda para entender qual será o apetite de Wall Street em um mercado que ainda é pouco familiar para investidores institucionais”, diz Franco.

O Investment Company Act estabelece regras para fundos que reúnem recursos de múltiplos investidores com estratégias comuns, buscando reduzir riscos de conflito de interesse e fraude. Essa brecha regulatória permitiu que o ETF fosse registrado e listado, mesmo sem enquadramento como trust de commodities ou derivativos.

Além disso, Sarah Uska, analista de criptoativos do Bitybank, diz que esse movimento pode desencadear um aumento no interesse e nos investimentos em memecoins, o que reforça a importância de que esse tema entre gradualmente na agenda de regulamentação.

“É importante entender o apelo das memecoins. No caso da Dogecoin, ela vem ganhando valorização e relevância, mas é um ativo sustentado sobretudo por narrativa, diferentemente de bitcoin e ether, que contam com tecnologia robusta que sustenta o seu valor real”, aponta.

No campo da análise gráfica, a perspectiva também é de volatilidade no curto prazo. Para Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, ETFs tendem a inflar a demanda nas primeiras semanas, mas esse movimento costuma ser seguido de correção.

“É provável que vejamos a DOGE valorizando nos primeiros 30 dias após o lançamento. Depois disso, o comportamento dependerá do ciclo geral de mercado. Se o fôlego especulativo se esgotar, os preços podem recuar”, afirma.

Segundo a especialista, a Dogecoin já valorizou 92% desde abril, quando atingiu o último fundo relevante de US$ 0,12986. Atualmente, a cotação ronda os US$ 0,25. “O próximo alvo de curto prazo é US$ 0,28. Caso essa faixa seja superada com volume comprador robusto, o preço pode buscar US$ 0,33 no médio prazo. Em contrapartida, há suportes em US$ 0,23 e US$ 0,22”, projeta.

Mais perguntas do que respostas

Para especialistas, o lançamento do ETF de Dogecoin representa mais um passo na institucionalização do mercado cripto, mas ainda cercado de incertezas. A expectativa é que o produto atraia investidores dispostos a explorar alternativas fora do eixo Bitcoin-Ethereum, mas a sustentabilidade desse interesse permanece em aberto.

Enquanto isso, o debate sobre a viabilidade de tesourarias em memecoins, a força de suas comunidades e os limites regulatórios nos Estados Unidos deve ganhar ainda mais destaque nos próximos meses.

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